A Corte de Apelações de Santiago rejeitou nesta sexta-feira uma petição para anular os processos contra a mulher e o filho mais novo do ex-ditador Augusto Pinochet, numa decisão importante para a investigação das contas milionárias no exterior, descobertas no ano passado.
Os processos contra Lucía Hiriart e Marco Antonio Pinochet prosseguirão, a pedido do juiz especial Sergio Muñoz, que investiga uma série de crimes econômicos que teriam sido cometidos por Pinochet, junto com familiares e colaboradores mais próximos.
- Rejeitam-se os recursos interpostos ... de forma unânime ... portanto o autuado por ele (o juiz) é apenas a manifestação do legítimo exercício jurisdicional - disse Alejandro Espinoza, porta-voz da Justiça.
A decisão significa que o filho mais novo de Pinochet continuar preso numa cela especial, enquanto a primeira-dama permanecer sob processo, embora esteja em liberdade por causa de seu estado de saúde debilitado.
Apesar do golpe contra a família de Pinochet, o juiz Muñoz não conseguiu processar e deter o ex-ditador de 89 anos, que possui imunidade como ex-governante e espera uma decisão da Corte Suprema sobre a questão.
No ano passado, um relatório do Senado americano revelou que o ex-ditador, que governou com mão-de-ferro entre 1973 e 1990, acumulou uma fortuna milionária em cerca de cem contas bancárias nos EUA e em outros países.
Segundo as investigações mais recentes, os recursos de Pinochet no exterior somam US$ 27 milhões.
Os advogados defensores de Lucía Hiriart e Marco Antonio Pinochet, que estão sendo processados como cúmplices de fraude tributária, anunciaram imediatamente que recorrerão à Corte Suprema.
Marco Antonio Pinochet Hiriart cumpre hoje dez dias em detenção preventiva, enquanto sua mãe está em regime de liberdade condicional, após haver cumprido dois dias de prisão em um hospital.
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