A justiça da Espanha suspendeu nesta sexta-feira a extradição do ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal para os Estados Unidos, onde é acusado por tráfico de drogas, pouco depois de ter sido anunciado que a transferência seria realizada amanhã.
A Audiência Nacional do país europeu aceitou pedido da defesa do ex-general, conhecido pelo apelido Pollo Carvajal, que está em uma penitenciária de Madri desde setembro deste ano, quando foi detido pela polícia espanhola. com a ajuda da Administração de Fiscalização de Drogas (DEA) dos EUA.
Carvajal estava convocado para depor em 27 de outubro como testemunha nesse mesmo tribunal, após apresentar documentos sobre supostos pagamentos do regime chavista na Venezuela que envolveriam ex-líderes do partido de esquerda Podemos, aliado do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) no governo da Espanha.
Acusação de tráfico de drogas
O ex-general chavista é procurado pelos EUA devido a acusação de tráfico de toneladas de cocaína, que seriam introduzidas no país em diversas ocasiões, com ajuda da cúpula das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
No pedido de extradição, ao qual a Agência Efe teve acesso, um tribunal do distrito sul de Nova York informa que Carvajal é apontado como membro da organização de narcotraficantes conhecida como "El Cartel de los Soles", composta por integrantes do alto escalão da ditadura venezuelana.
Quando prestou o primeiro depoimento na Espanha durante o processo de extradição, o ex-general garantiu que as acusações feitas nos Estados Unidos são falsas e que foram feitas com motivações políticas.
Denúncia de envios ilegais
Esta semana, o site Ok Diario revelou que o ex-chefe da inteligência militar venezuelana informou à Justiça da Espanha por carta que os governos de Chávez e Maduro fizeram pagamentos ilegais a partidos e políticos de esquerda no país europeu e na América Latina, entre eles os ex-presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Néstor Kirchner, e da Bolívia, Evo Morales. Na audiência do dia 27, Carvajal prestaria maiores informações sobre os supostos repasses ao Podemos.
Nesta quinta, o site noticiou que o general acrescentou que a Venezuela teria enviado US$ 21 milhões para financiar a campanha presidencial de Cristina Kirchner na Argentina em 2007.
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