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Protestos

Justiça das Maldivas ordena prisão de ex-presidente

A Justiça das Maldivas emitiu nesta quinta-feira mandados de prisão para o ex-presidente do país Mohamed Nasheed, que deixou o poder na última terça-feira, e para seu ex-ministro da Defesa. As acusações contra os dois ainda não foram esclarecidas. Enquanto isso, Nasheed aguarda tranquilo em sua residência a visita dos agentes de segurança. Em entrevista concedida em sua casa em Malé, o ex-presidente afirmou que não vai resistir à prisão.

"Decidiram que eu vou ser o primeiro presidente a passar o resto da vida na prisão. Espero que a comunidade internacional registre o que está acontecendo nas Maldivas", disse o ex-presidente, acrescentando que têm esperanças que a comunidade internacional tome providências, pois, ao que tudo indica, "estará na cadeia" na sexta-feira.

Com guarda-chuvas e capas, cerca de 200 pessoas enfrentam uma forte chuva no local para demonstrar apoio ao ex-presidente. Autoridades de segurança do país disseram que as manifestações em apoio ao ex-presidente são atos de terrorismo.

Ainda nesta quinta-feira, Adam Manik, um alto membro do Partido Democrático das Maldivas, de Nasheed, disse que ninguém sabe ao certo sob quais acusações que o ex-presidente e o ministro da Defesa serão presos. "Sabemos que a Justiça emitiu os pedidos de prisão, mas não temos ideia de quais são as acusações", afirmou.

Renúncia sob ameaça de armas

Na quarta-feira, Nasheed disse ter sido forçado a deixar o poder por um complô da oposição liderada por seu maior inimigo político, Maumoon Abdul Gayoom. Em entrevista coletiva, ele afirmou que foi forçado a renunciar ao cargo sob a ameaça de armas. Sua queda levou milhares de pessoas às ruas de Malé, em manifestações que acabaram em confronto com a polícia.

As declarações de Nasheed não deixaram claro quem estava apontando as armas. O ex-presidente reafirmou que tomou a decisão para evitar que as forças de segurança entrassem em confronto com a população e fez um apelo para que seu vice renuncie também.

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