Um juiz do estado do Maine, nos Estados Unidos, permitiu à enfermeira Kaci Hickox sair da quarentena imposta pelo governo estadual após ela retornar do oeste da África, onde esteve cuidando de pacientes infectados pelo ebola.
A decisão foi tomada após autoridades locais entrarem na Justiça para impedir que a profissional de saúde saísse de casa durante o período de monitoramento, que se encerraria no dia 10 de novembro.
Em um caso judicial que definiu o embate entre a liberdade individual e o medo da doença, o juiz Charles LaVerdiere decidiu que Hickox deve continuar monitorando a própria temperatura duas vezes ao dia, mas ela está livre para sair de casa, já que não apresenta sintomas do ebola.
Especialistas defendem que o vírus só pode ser transmitido a partir do momento em que o paciente passa a apresentar sinais da doença. Após a decisão, um carro de polícia que vigiava a casa de Hickox deixou o local e a enfermeira saiu de casa para conversar com repórteres.
Hickox disse que seus "pensamentos, orações e gratidão" permanecem com aqueles que ainda enfrentam o ebola na África Ocidental. No veredicto, LaVerdiere escreveu que sabe dos equívocos e desinformações espalhados pelo país sobre o ebola, mas que "a Corte está inteiramente consciente de que as pessoas estão agindo pelo medo e que esse medo não é completamente racional".
Um porta-voz do governador Paul Lepage não informou se o Estado iria recorrer da decisão.
Os EUA registraram quatro casos de ebola em território americano. Dois deles foram enfermeiras do Texas contaminadas ao cuidar de um paciente que viajou a Libéria.
Embaixadora americana em observação
A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Samantha Power, está monitorando a si mesma para ver se apresenta sintomas do ebola, após voltar de uma visita aos países da África Ocidental mais atingidos pelo vírus.