Ndjamena Os franceses e espanhóis presos no Chade na quinta-feira passada foram formalmente indiciados ontem pela Justiça chadiana pelo seqüestro de 100 crianças e de cumplicidade com tráfico de menores.
Os presos, segundo fontes judiciais, são nove franceses (seis da ONG "Arca de Zoé" e três jornalistas) e sete espanhóis, tripulantes do avião que aterrissou em Abéché para recolher as crianças com a intenção de levá-las à França.
Os franceses foram acusados de seqüestro e os espanhóis de cumplicidade. Espera-se que nas próximas horas os acusados sejam levados de Abéché para a capital, Ndjamena, para prosseguir com os procedimentos judiciais.
Segundo autoridades espanholas, a embaixadora da Espanha em Camarões já está em Ndjamena. María Jesús Alonso é encarregada da gestão consular do Chade, onde a Espanha não tem legação permanente.
A Arca de Zoé alega ter encontrado famílias para cuidar das crianças, salvando-as de uma possível morte em Darfur, uma conturbada região no oeste do Sudão onde estima-se que mais de 200 mil pessoas tenham morrido ao longo dos últimos quatro anos. O conflito também deixou 2,5 milhões de refugiados, dos quais muitos encontram-se atualmente no leste do Chade.