A Suprema Corte do Paquistão intimou nesta segunda-feira o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani a prestar depoimento à Justiça pelo fato de não ter levado adiante investigações sobre casos de corrupção envolvendo o presidente e outras autoridades.
A intimação pode agravar a crise política no Paquistão, onde há rumores sobre um golpe de Estado militar.
"Nessas circunstâncias, não nos resta opção, como primeiro passo, senão emitir uma intimação", disse a ordem proferida pelo plenário do tribunal, composto por sete juízes. "O primeiro-ministro tem de comparecer pessoalmente à corte em 19 de janeiro."
O governo enfrenta um duplo desafio à sua sobrevivência. Uma das crises decorre de um memorando em que um ex-diplomata ligado ao presidente Ali Asif Zardari pedia aos EUA que controlassem os militares paquistaneses. A outra está ligada à implementação de numerosas ordens da Suprema Corte nos últimos dois anos.
Qualquer sinal de instabilidade no Paquistão tem repercussões mundiais porque o país, de 180 milhões de habitantes, possui um arsenal nuclear em rápida expansão e enfrenta uma desenfreada insurgência do Taleban.
O ministro da Justiça, Moula Bakhsh Chandio, disse que a intimação ao premiê "não é uma coisinha banal". "Trata-se de uma ordem da Suprema Corte, a respeito da qual iremos consultar nossa comissão de especialistas. Vamos tomar os passos necessários à luz da Constituição e da lei."
Embora a intimação seja para Gilani, observadores dizem que o verdadeiro alvo da Suprema Corte é Zardari.
Durante a década de 1990, o hoje presidente foi alvo de vários processos de corrupção e até de homicídio. Ele diz que todas as acusações são falsas, resultantes de intrigas políticas.
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast