A Justiça do Peru ordenou nesta quarta-feira (31) a prisão preventiva por 36 meses de Keiko Fujimori, principal líder da oposição, acusada de liderar a corrupção do partido Força Popular com a construtora brasileira Odebrecht.
Filha mais velha do ex-mandatário Alberto Fujimori e duas vezes candidata presidencial, Keiko foi indiciada pelo Ministério Público por ter recebido US$ 1 milhão da empreiteira em caixa dois para a campanha de 2011.
Segundo o juiz Richard Concepción Carhuancho, responsável pelos processos ligados à Operação Lava Jato no Peru, há alto grau de possibilidade de que ela tenha cometido lavagem de dinheiro com os recursos da construtora.
Isso teria ocorrido, segundo o juiz, ao Keiko pedir a dois representantes de seu partido, Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, doações ilegais de campanha. O dinheiro teria sido entregue a um empresário sobrinho de Yoshiyama.
Os recursos teriam sido disfarçados por meio de atividades de partido, como uma rifa e um jantar para doadores. O juiz usou como base também as delações de Marcelo Odebrecht e do ex-diretor local da empreiteira Jorge Barata.
Além das acusações, Concepción considerou que havia um risco muito grande de fuga de Keiko, que tem cidadanias japonesa e americana, devido à pena a que estaria sujeita no futuro - de 10 a 13 anos de prisão.
A líder opositora, que estava na audiência, foi presa imediatamente após a decisão. A audiência para determinar a prisão durou sete dias. No início do mês, ela chegou a ficar em prisão temporária pelo mesmo tempo.
A defesa ainda pode recorrer. Keiko nega as acusações e afirma se tratar de perseguição política contra seu partido. Até agora o Ministério Público peruano investiga quatro ex-presidentes por ligação com a construtora brasileira.