Encontro
Entidades manifestam preocupação com bloqueio
A Sociedade Interamericana de Prensa (SIP) manifestou ontem "profunda preocupação" com os bloqueios à circulação de jornais argentinos, como ocorreu com o Clarín.
Em discurso na Reunião de Meio de Ano da entidade, o presidente da SIP, Gonzalo Marroquín, cobrou da Casa Rosada que "garanta a livre circulação de periódicos".
O encontro ocorre em San Diego, nos Estados Unidos.
Tom semelhante adotou a Associação de Diários do Interior da República Argentina (Adira). O órgão destacou seu "mais enfático repúdio" a um grupo de distribuidores de periódicos da província de Córdoba, que recentemente impediu a circulação de jornais no interior do país.
A entidade reclama que "princípios republicanos elementais precisam se sobrepor a qualquer conflito em cujo nome se pretenda impedir a circulação de um diário". Por fim, a Adira clamou para que episódios do tipo dos que ocorreram na Argentina "nunca mais se repitam".
Da redação, com agências
Buenos Aires - A Justiça argentina iniciou uma investigação contra o líder sindical Luis Alberto Siri por suspeita de extorsão. Num vídeo gravado no dia 17 de fevereiro ele aparece ao lado de outro sindicalista em uma reunião com dois representantes do jornal Clarín e ameaça interromper a circulação do diário.
"A capacidade que nós temos de gerar danos a vocês é imensa. Se eu não quiser que o diário Clarín não saia, não sai. O que vocês estão comprando é a tranquilidade de vocês", diz Siri do sindicato da Artes Gráficas Rioplatenses (AGR).
A procuradora Marcela Sánchez abriu uma investigação contra Siri que, segundo a denúncia feita pelo jornal, chegou a pedir 9 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 3,5 milhões) para que não interrompesse a distribuição do diário.
No dia 27 de março o Clarín não foi distribuído devido a um protesto de sindicalistas do setor gráfico e dos caminhoneiros. Outros diários importantes, como o La Nación, tiveram longos atrasos para chegar às bancas e aos assinantes.
A procuradora pede agora que a Justiça investigue se este bloqueio ocorreu devido ao não pagamento da propina a Siri. O desentendimento entre o líder sindical e o jornal deve-se a um acordo trabalhista quanto à sua demissão.
Em repúdio ao que considerou ser uma negligência do governo de Cristina Kirchner, o Clarín deixou a primeira página de sua edição do dia 28 de março em branco. De acordo com o jornal, a Polícia Federal argentina teria ignorado uma ordem judicial para desmantelar os protestos.
O governo nega as acusações. O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, disse que o que aconteceu no domingo não tem nada a ver com liberdade de imprensa, e que trata-se apenas de uma disputa sindical.
"Caso comum"
O líder trabalhista Luis Alberto Siri disse ontem a uma rádio de Buenos Aires que em "negociações sindicais sempre há extorsão. Ele se referia ao vídeo em que aparece pedindo dinheiro a diretores da empresa Artes Gráficas Rio-platense (AGR), do Grupo Clarín, para que o diário não tivesse problemas com circulação.
Ao comentar a gravação, considerada por ele uma "ruptura dos códigos de ética, o sindicalista sugeriu que o vídeo foi editado. Sobre o dinheiro que pediu, afirmou tratar-se de indenização por ter sido afastado da AGR (há um processo trabalhista entre ele e o Grupo Clarín).
"Nas negociações entre sindicalistas e empresário sempre há extorsão, é uma questão mais comum do que se pensa. Tivemos várias reuniões como essa.
Ele afirmou também que há um "acordo não escrito com o governo Kirchner, citou o ministro Aníbal Fernández (chefe de Gabinete) como interlocutor e contou ter ligações com Hugo Moyano, maior líder trabalhista da Argentina e aliado da Casa Rosada. Moyano nega participação, mas é acusado de estimular o protesto que bloqueou a gráfica.
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