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Justiça italiana condena vereadora que pediu estupro de ministra negra

A Justiça italiana condenou nesta quarta-feira (17) uma legisladora italiana que pediu que Cecile Kyenge - a primeira mulher negra a ser ministra na Itália - fosse estuprada. Dolores Valandro, vereadora do partido Liga Norte, recebeu uma pena de 13 meses de prisão em regime aberto e foi proibida de ocupar cargos públicos por três anos. A corte, de Pádua, entendeu que a vereadora instigou um ato de violência sexual por razões raciais em uma postagem de junho no Facebook.

"Por que alguém não a estupra, assim ela vai entender a experiência da vítima deste crime sangrento? Vergonha!", postou Dolores, acima de uma foto de Cecile e de um artigo de um site xenófobo sobre uma tentativa de estupro cometida por um africano.

Após a polêmica gerada pela declaração, o partido expulsou Dolores. Apesar da condenação, a proibição de ocupar cargos públicos não entra em vigor até o julgamento de dois recursos permitidos pela lei italiana, e a sentença de um ano e um mês de prisão em regime aberto significa que a vereadora não irá para a cadeia a menos que cometa um novo crime.

Separadamente, promotores de Bergamo abriram um processo contra o senador Roberto Calderoli, também da Liga Norte, por suspeita de difamação com agravo racial por ter dito que Cecile, ministra da Integração, parecia um orangotango, disseram fontes da agência Reuters.

Cecile, nascida na República Democrática do Congo e que possui cidadania italiana, tornou-se alvo de acusações racistas desde sua nomeação como ministra na Itália, em abril, o que provocou um debate em um país que luta para se adaptar a um aumento da imigração durante as últimas duas décadas.

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