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Hotel em Ezeiza, na Grande Buenos Aires, onde os iranianos estão desde junho
Hotel em Ezeiza, na Grande Buenos Aires, onde os iranianos estão desde junho| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

O juiz do caso do avião venezuelano-iraniano retido na Argentina em meio a uma investigação sobre possíveis ligações com o terrorismo internacional libertou 12 dos 19 membros da tripulação que estão no país desde o início de junho.

Por outro lado, de acordo com a decisão judicial à qual a Agência Efe teve acesso, o juiz decidiu manter na Argentina os outros sete. Dos 19 membros da tripulação da aeronave retida no aeroporto internacional de Ezeiza há quase dois meses, cinco são iranianos e 14 venezuelanos.

O juiz federal Federico Villena revogou a proibição da saída do país do iraniano Mahdi Mouseli e dos venezuelanos Victoria Valdiviezo Marval, Cornelio Trujillo Candor, Vicente Raga Tenias, José Ramírez Martínez, Zeus Rojas Velásquez, Jesús Landaeta Oraa, Armando Marcano Estreso, Ricardo Rendon Oropeza, Albert Gines Pérez, Ángel Marín Ovalles e Nelson Coello.

Os tripulantes liberados terão que fixar um endereço e se apresentar uma vez por mês - pessoal ou virtualmente - às Embaixadas argentinas no Irã e na Venezuela.

O juiz manteve a proibição de saída dos iranianos Gholamreza Ghasemi, Abdolbaset Mohammadi, Mohammad Khosraviaragh e Saeid Vaki Zadeh e dos venezuelanos Mario Arraga Urdaneta, Víctor Pérez Gómez e José García Contreras de deixar o país.

A aeronave retida na Argentina é um avião de carga Boeing 747 Dreamliner que pertenceu à empresa iraniana Mahan Air e atualmente é de propriedade da Emtrasur, uma subsidiária do Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa). As duas companhias foram sancionadas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

A aeronave entrou na Argentina em 6 de junho vindo do México, com uma escala na Venezuela, supostamente para transportar carga para uma empresa automobilística, e dois dias depois decolou rumo ao Uruguai para reabastecer, mas aterrissou novamente no aeroporto de Ezeiza, na região de Buenos Aires, porque o país vizinho não permitiu o pouso.

O avião não foi reabastecido por petrolíferas argentinas por medo de sanções dos EUA. Posteriormente, em 11 de junho, foi informado que o governo argentino havia ordenado a retenção da aeronave.

Alguns dias depois, um juiz proibiu os membros da tripulação de deixar o país para que fosse investigado o que estavam fazendo em Buenos Aires.

Um dos tripulantes que continuará na Argentina é um dos pilotos, Gholamreza Gashemi, que tem o mesmo nome de um membro das Forças Quds - uma divisão do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica - definido pelos Estados Unidos como um dos instrutores do grupo terrorista Hezbollah.

O caso gerou forte controvérsia na Argentina, um país que sofreu dois ataques terroristas nos anos 90 - contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) e contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires -, cuja autoria a Justiça do país atribuiu ao Hezbollah e a membros do governo iraniano.

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