A Justiça Federal dos Estados Unidos ordenou nesta sexta-feira (15) a prisão do ex-diretor de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, que responde a acusações de lavagem de dinheiro e fraude tributária. Manafort já cumpria prisão domiciliar desde outubro do ano passado, mas teve a medida revogada por entrar em contato com testemunhas do processo, supostamente com o objetivo de influenciá-las. "Isso não é ensino fundamental; eu não posso tirar o seu celular", afirmou a juíza Amy Berman Jackson, durante audiência nesta sexta.
O lobista republicano de 69 anos foi diretor da campanha presidencial de Trump, em 2016. Ele é acusado de ter recebido remessas ilegais de cerca de US$ 30 milhões (R$ 113 milhões pela cotação atual), ao longo de dez anos, do ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovitch - um líder com vínculos pró-Rússia que foi deposto em 2014.
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Manafort ainda é investigado pelo FBI por suas ligações com russos, um tema que assombra membros da campanha do presidente Trump, suspeitos de terem conspirado com agentes do país de Vladimir Putin para influenciar o resultado eleitoral de 2016.
Trump lamentou a prisão do ex-aliado e voltou a negar conluio com os russos. O presidente afirma que a investigação do FBI é uma "caça às bruxas". "Eu não sabia que o Manafort era o cabeça da máfia. E quanto a [James] Comey [ex-diretor do FBI] e Hillary [Clinton] e todos os outros? Muito injusto!", comentou Trump, nas redes sociais.
Manafort havia pago uma fiança de US$ 10 milhões (quase R$ 40 milhões) para aguardar o julgamento em prisão domiciliar. Ele nega as acusações de lavagem e conspiração. Sobre as testemunhas, seus advogados afirmaram que ele entrou em contato "inocentemente" com antigos colegas, sem saber que eles estavam sendo ouvidos como testemunhas pelos investigadores.
O lobista foi encaminhado para a prisão logo após a audiência desta sexta, onde deve aguardar julgamento.
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