Um tribunal da cidade russa de Murmansk decretou nesta quinta-feira dois meses de prisão preventiva para seis dos 30 trinta ativistas do Greenpeace que estavam a bordo do navio quebra-gelos "Arctic Sunrise" e tentaram escalar uma plataforma petrolífera em águas do Ártico.
Na primeira audiência prévia, realizada hoje, o tribunal ditou prisão preventiva contra dois cidadãos russos, Denis Siniakov e Roman Dolgov, como suspeitos de um crime de pirataria, embora ambos tenham negado suas respectivas participações na suposta tentativa de invasão da plataforma "Prirazlomnaya", da companhia Gazprom.
Durante a audiência de hoje, Dolgov explicou que é especialista em poluição marinha e que não participou da ação do Greenpeace, cujo navio levava pessoas de 18 países - incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos. Siniakov, por sua vez, declarou que estava apenas tirando fotos da ação.
Além dos dois cidadãos russos, outros quatro estrangeiros também tiveram a prisão preventiva decretada: um polonês, um britânico, um neozelandês e um canadense.
"A medida de prisão preventiva é ilegal e a suspeita (de pirataria) é absurda", manifestou o Greenpeace Rússia em um comunicado publicado ao término da audiência.
Segundo a agência "Interfax", o porta-voz do Comitê de Instrução russo que investiga o caso, Vladimir Markin, anunciou que essa prisão preventiva pode ser substituída por outra pena mais suave.
Os demais ativistas detidos foram transferidos ontem para centros de detenção preventiva de Murmansk e seguem a espera de uma decisão - se serão postos em liberdade ou levados para prisão.
No entanto, todos eles podem ser acusados de pirataria na investigação aberta pelo Comitê de Instrução após a ação de protesto no mar de Pechora, na qual a embarcação do Greenpeace foi aprisionada e toda sua tripulação detida e enviada a terra firme.
"As autoridades russas tentam assustar as pessoas que se opõem à extração de petróleo no Ártico, mas esta manobra de amedrontamento não terá nenhum resultado", declarou o diretor-executivo do Greenpeace, Kumi Naidoo.
O Greenpeace da Rússia sustenta que a ação de protesto foi realizada de maneira pacífica, não se apropriou de bens alheios e, inclusive, não tentou assumir o controle de um navio, itens que, segundo a organização ambientalista, tornam a acusação de pirataria aberta pelo Comitê de Instrução em algo sem sentido.
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