A Justiça da Rússia iniciou nesta segunda-feira (19) um novo julgamento contra o já detido líder opositor Alexei Navalny. Desta vez, ele será julgado pelo crime de "extremismo", e caso seja condenado, pode pegar mais 30 anos de prisão.
A imprensa recebeu permissão para acompanhar o julgamento em telas de televisão instaladas em outra sala, onde, segundo o portal “Mediazona”, o "som é absolutamente horripilante".
Mais cedo, a equipe de Navalny escreveu no Telegram que, "naturalmente, os jornalistas não têm acesso (ao tribunal)".
Junto com o opositor, no banco dos réus está Daniel Jolodni, ex-diretor técnico do canal de Navalny no YouTube, que pode também ser condenado a 15 anos de prisão.
Durante a sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, foi questionado se o Kremlin está acompanhando o processo contra Navalny, ao que respondeu com um sonoro "não".
O julgamento está sendo realizado na prisão nº 6 na região de Vladimir, que fica localizada ao leste de Moscou, onde Navalny está detido desde junho de 2022.
Os pais do líder opositor também foram ao centro penitenciário para assistir ao processo sem terem sido autorizados a entrar no tribunal até agora.
Segundo o portal “Mediazona”, Navalny é acusado de "financiar e instigar ações extremistas" e de "criar uma organização", em alusão ao proibido Fundo de Combate à Corrupção (FBK), que "violou os direitos dos cidadãos".
Além disso, foram apresentadas acusações de "envolvimento de menores em ações perigosas", em referência a manifestações de oposição não autorizadas pelo governo.
Navalny criticou em suas redes sociais a "guerra criminosa" lançada na Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin, a quem acusou de enviar centenas de milhares de russos "para o matadouro".
A Justiça rejeitou em novembro de 2022 um recurso dos advogados de Navalny e confirmou a pena de oito anos de prisão que lhe foi imposta por fraude e desacato.
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