O ditador líbio, Muamar Kadafi, admitiu ontem que está "entre a cruz e a espada", mas afirmou que não tem medo da morte e que a batalha contra os "cruzados" do Ocidente irá "mais além".
Em uma gravação divulgada pela tevê líbia, Kadafi afirma que "resistiremos e a batalha irá mais além (...) até acabar com vocês (...) nós não seremos vencidos".
A mensagem era para prestar homenagem a seu companheiro Juildi Hamidi, que perdeu vários parentes na segunda-feira em um bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (otan) contra a sua casa.
A Otan bombardeou a residência de Hamidi, um influente político e antigo companheiro de Kadafi, matando 15 pessoas, disseram as autoridades líbias. No ataque, em Sorman, 70 km a oeste de Trípoli, vários familiares de Hamidi morreram, incluindo três crianças.
A Otan admitiu ter efetuado um "ataque de precisão" contra um "centro de comando e controle de alto nível".
"Com que direito vocês atacam os políticos e suas famílias?", questionou Kadafi, que resiste há três meses aos bombardeios aéreos da Otan contra suas forças.
O ditador líbio disse ainda que o escritório de Hamidi em Trípoli já havia sido bombardeado em quatro oportunidades. "[Os ocidentais] queriam ele porque é um herói. Ao não encontrá-lo em seu escritório, quiseram matá-lo em sua casa", disse.
kadafi pediu que a ONU envie investigadores para a residência bombardeada dos Hamidi, para comprovar que era um local civil, e não militar, como indicou a Otan.
Ele prometeu que construirá um monumento, "o mais alto da África do Norte", em memória de Khaleda, neta de Hamidi, de quatro anos, que morreu no bombardeio, segundo as autoridades de Trípoli.
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