O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, leu na segunda-feira trechos de uma carta em que o dirigente líbio Muamar Kadafi lhe agradece pelo forte apoio de Caracas durante a atual guerra civil.
"Você conhece a magnitude da conspiração contra o meu país", disse Gaddafi na carta. "Os seus critérios têm sido claros e explícitos, esperamos continuar com a força desse apoio."
Chávez leu apenas trechos da mensagem, que foi entregue em Caracas ao seu chanceler pelo ministro líbio das Finanças, Abdulhafid Zlitni. Não ficou claro por que um funcionário de tão alto escalão serviu como mensageiro.
"Longa vida a Muamar Kadafi", disse Chávez no pronunciamento pela TV, antes de lançar ataques verbais a potências ocidentais que reconheceram os rebeldes líbios de Benghazi, que têm apoio militar da Otan, como legítimos governantes da Líbia.
"A Otan é um constrangimento", disse Chávez, que apareceu com cabelos quase raspados devido aos efeitos de uma quimioterapia recente. "Não reconhecemos a pantomima de transição que viola e destrói a base do direito internacional."
Kadafi enfrenta há cinco meses uma rebelião contra o seu regime, além de sanções financeiras internacionais, e tenta aproveitar possíveis divisões fazendo apelos a tribos e soldados em áreas controladas por rebeldes.
Chávez recebeu calorosamente Kadafi em Caracas há dois anos, numa rara viagem do líder líbio às Américas. Na época, ele lhe deu de presente uma réplica da espada de Simón Bolívar, incrustada de joias. Kadafi retribuiu dando uma tenda árabe a Chávez.
O jornal Nuevo Herald, de Miami, disse na segunda-feira que Zlitni foi a Caracas pedir ajuda de Chávez para contornar as sanções que impedem o regime líbio de vender petróleo. O texto citava fontes ocidentais de inteligência não identificadas.
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