As forças especiais da Líbia atacaram um acampamento de manifestantes contra o governo na segunda maior cidade do país, Benghazi, às 5h deste sábado, deixando mais mortos e feridos, segundo testemunhas. O grupo de direitos humanos Human Rights Watch, com sede em Nova York, estima que pelo menos 84 pessoas morreram em três dias de protestos, com base em informações de hospitais e testemunhas.
A internet foi cortada por volta das 2h, tirando dos líbios um dos poucos meios pelo qual eles podem conseguir informação sobre a onda de protestos em um dos países mais isolados e repressivos do norte da África.
Por telefone de Benghazi, uma testemunha que pediu o anonimato afirmou que as forças de repressão atacaram as barracas dos manifestantes com gás lacrimogêneo depois que "muitos fugiram carregando os mortos e feridos".
Milhares de manifestantes estão pedindo a saída de Muamar Kadafi, que está no poder há 42 anos na Líbia, sobretudo nas cidades pobres do leste do país. Os protestos têm sido brutalmente reprimidos por uma combinação de milícias armadas e forças de elite.
Na sexta-feira, médicos em Benghazi disseram que 35 corpos deram entrada no hospital após ataques das forças de segurança apoiadas por milícias. Segundo eles, mais de uma dezena de pessoas morreram no dia anterior.
Bahrein
Em Manama, capital do Bahrein, os veículos militares, empregados na Praça Pérola em um violento ataque da polícia contra os manifestantes na sexta-feira, começaram a ser retirados neste sábado, uma condição que a oposição impôs para iniciar negociações.
No que parece ser uma tentativa de desarmar as tensões, por volta do meio-dia do sábado, as forças militares deixaram suas posições em torno da praça, palco de demonstrações e de dois confrontos sangrentos com a polícia nesta semana. O Exército foi substituído por membros da polícia antimotim.
Em comunicado enviado aos jornalistas, o governo disse que o príncipe Salman bin Hamad Al Khalifa, vice-comandante das Forças Armadas, "ordenou a retirada de todos os militares das ruas do Bahrein com efeito imediato". As forças policiais continuarão a controlar a ordem, diz a nota.
Líderes da oposição insistiam na retirada das tropas para entrar nas negociações oferecidas pela família real. Enquanto os militares se retiravam, carros buzinavam em celebração e pedestres, alguns com bandeiras do Bahrein, examinavam a área que tinha estado fortemente vigiada.
Iêmen
A polícia antimotim do Iêmen matou um manifestante e feriu outros cinco neste sábado ao disparar contra milhares de pessoas que marchavam no décimo dia de protestos na capital Sanaa. A passeata saiu na manhã de sábado da Universidade de Sanaa para o Ministério de Justiça, com os participantes cantando "o povo quer a queda do regime".
Forças antimotim apoiadas por policiais à paisana abriram fogo e atiraram pedras contra os manifestantes. Um médico disse que um homem foi atingido por um tiro no pescoço e morreu. Os manifestantes pedem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh um aliado chave dos EUA na luta contra a Al-Qaeda que governa o país há 32 anos.
Enquanto isso, residentes da cidade portuária de Áden, onde os protestos deixaram pelo menos quatro mortos, disseram que as forças de segurança desapareceram das ruas, ameaçando lançar a cidade no caos.
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