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Sobre tanques tomados das forças leais a Kadafi, rebeldes comemoram em Benghazi, uma das cidades conquistadas pelos opositores | Suhaib Salem/Reuters
Sobre tanques tomados das forças leais a Kadafi, rebeldes comemoram em Benghazi, uma das cidades conquistadas pelos opositores| Foto: Suhaib Salem/Reuters

Opositores tomam controle de parte da produção de petróleo

Relatos de moradores da região leste da Líbia indicam que os opositores já tomaram o controle de importantes terminais de produção de petróleo no país, o que pode ameaçar o fluxo de fornecimento a diversos países e elevar a cotação do produto internacionalmente.

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Ditador culpa Bin Laden pela revolta

A televisão estatal líbia transmitiu ontem uma mensagem de áudio do líder Muamar Kadafi em que ele acusa as forças rebeldes de estarem a serviço de Osama Bin Laden, o líder da rede terrorista Al-Qaeda. A mensagem foi divulgada em Zawiyah, cidade a oeste de Trípoli e palco de violentos confrontos.

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  • Veja no infográfico o balanço dos confrontos na Líbia

Trípoli - Forças leais ao ditador da Líbia, Muamar Kadafi, lançaram on­­tem uma ofensiva para conter os rebeldes, que já dominam várias cidades do leste do país e se aproximam de Trípoli, a capital. A pior carnificina de ontem ocorreu em Az-Zawiyah, onde uma unidade do Exército leal a Kadafi abriu fogo contra moradores que estavam entrincheirados numa mesquita – alguns armados com rifles de caça, para autodefesa. Os soldados destruíram o minarete da mesquita com uma arma antiaérea. Um médico de uma clínica montada improvisadamente na mesquita disse que viu os corpos de 10 mortos, com marcas de tiros no peito e na cabeça, e que 150 pessoas foram feridas.

A repressão brutal de Kadafi lhe permitiu, até o momento, manter Trípoli e a parte oeste do país. Dois milhões dos 6,7 mi­­lhões de líbios vivem na capital.

Os insurgentes ameaçam lançar uma ofensiva em Trípoli após conquistarem várias cidades, sobretudo no no leste do país, onde controlam Benghazi e Tobruk. A terceira maior cidade do país, Misurata, foi tomada pe­­los rebeldes na quarta-feira, mas forças leais a Kadafi lançaram uma contraofensiva ontem.

Enquanto Kadafi discursava na tevê, ontem, seus soldados e mercenários combatiam em Tri­­poli, Az-Zawiyah, Misurata e Sabratha, todas cidades no oeste do país. O número de mortos já passava de 5 mil ontem à noite, segundo algumas fontes, mas não confirmadas pelo governo.

O presidente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália (Co­­mai), Fuad Aodi, disse que a re­­pressão já deixou entre 5 mil e 7 mil mortos. Aodi deu as declarações em Roma, à Agência Ansa. Aodi estava em contato com fontes médicas na Líbia.

"A cifra estimada até agora por vários médicos, a respeito do número de mortos na Líbia, após a repressão do governo de Muamar Kadafi, está entre os 5 mil e 7 mil mortos", disse. "Se o massacre continuar, o número de mortos irá superar 10 mil nas próximas horas", afirmou o ativista árabe.

"Kadafi armou esquadrões da morte, que espalham o terror em Trípoli, Sabratha e outras cidades. São homens a soldo dos próprios militares, sob ordens do governo. Eles têm a missão de re­­primir os protestos e estão fazendo isso entrando nas casas e apartamentos, onde espancam os homens e violentam as mulheres", acrescentou Aodi.

Incitação

Líderes insurgentes prometem perseguir Kadafi pelo país. Se­­gundo alguns deles, que pediram anonimato, Kadafi deve es­­tar na região de Trípoli e eles o buscarão.

A imprensa estatal afirmou que três "terroristas" atacaram as forças de segurança em Az- Zawiyah, cortando as gargantas de três policiais. Há relatos de duros confrontos nessa cidade onde há várias indústrias. Az- Zawiyah fica na costa do Medi­­terrâneo, 50 quilômetros a oeste de Trípoli.

As lutas no entorno da capital se intensificam, após boa parte do leste do país passar aparentemente ao controle dos re­­beldes. O avanço dos rebeldes oposicionistas parece ser um sinal da perda de controle do regime sobre o território nacional.

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