Opositores tomam controle de parte da produção de petróleo
Relatos de moradores da região leste da Líbia indicam que os opositores já tomaram o controle de importantes terminais de produção de petróleo no país, o que pode ameaçar o fluxo de fornecimento a diversos países e elevar a cotação do produto internacionalmente.
Ditador culpa Bin Laden pela revolta
A televisão estatal líbia transmitiu ontem uma mensagem de áudio do líder Muamar Kadafi em que ele acusa as forças rebeldes de estarem a serviço de Osama Bin Laden, o líder da rede terrorista Al-Qaeda. A mensagem foi divulgada em Zawiyah, cidade a oeste de Trípoli e palco de violentos confrontos.
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Trípoli - Forças leais ao ditador da Líbia, Muamar Kadafi, lançaram ontem uma ofensiva para conter os rebeldes, que já dominam várias cidades do leste do país e se aproximam de Trípoli, a capital. A pior carnificina de ontem ocorreu em Az-Zawiyah, onde uma unidade do Exército leal a Kadafi abriu fogo contra moradores que estavam entrincheirados numa mesquita alguns armados com rifles de caça, para autodefesa. Os soldados destruíram o minarete da mesquita com uma arma antiaérea. Um médico de uma clínica montada improvisadamente na mesquita disse que viu os corpos de 10 mortos, com marcas de tiros no peito e na cabeça, e que 150 pessoas foram feridas.
A repressão brutal de Kadafi lhe permitiu, até o momento, manter Trípoli e a parte oeste do país. Dois milhões dos 6,7 milhões de líbios vivem na capital.
Os insurgentes ameaçam lançar uma ofensiva em Trípoli após conquistarem várias cidades, sobretudo no no leste do país, onde controlam Benghazi e Tobruk. A terceira maior cidade do país, Misurata, foi tomada pelos rebeldes na quarta-feira, mas forças leais a Kadafi lançaram uma contraofensiva ontem.
Enquanto Kadafi discursava na tevê, ontem, seus soldados e mercenários combatiam em Tripoli, Az-Zawiyah, Misurata e Sabratha, todas cidades no oeste do país. O número de mortos já passava de 5 mil ontem à noite, segundo algumas fontes, mas não confirmadas pelo governo.
O presidente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália (Comai), Fuad Aodi, disse que a repressão já deixou entre 5 mil e 7 mil mortos. Aodi deu as declarações em Roma, à Agência Ansa. Aodi estava em contato com fontes médicas na Líbia.
"A cifra estimada até agora por vários médicos, a respeito do número de mortos na Líbia, após a repressão do governo de Muamar Kadafi, está entre os 5 mil e 7 mil mortos", disse. "Se o massacre continuar, o número de mortos irá superar 10 mil nas próximas horas", afirmou o ativista árabe.
"Kadafi armou esquadrões da morte, que espalham o terror em Trípoli, Sabratha e outras cidades. São homens a soldo dos próprios militares, sob ordens do governo. Eles têm a missão de reprimir os protestos e estão fazendo isso entrando nas casas e apartamentos, onde espancam os homens e violentam as mulheres", acrescentou Aodi.
Incitação
Líderes insurgentes prometem perseguir Kadafi pelo país. Segundo alguns deles, que pediram anonimato, Kadafi deve estar na região de Trípoli e eles o buscarão.
A imprensa estatal afirmou que três "terroristas" atacaram as forças de segurança em Az- Zawiyah, cortando as gargantas de três policiais. Há relatos de duros confrontos nessa cidade onde há várias indústrias. Az- Zawiyah fica na costa do Mediterrâneo, 50 quilômetros a oeste de Trípoli.
As lutas no entorno da capital se intensificam, após boa parte do leste do país passar aparentemente ao controle dos rebeldes. O avanço dos rebeldes oposicionistas parece ser um sinal da perda de controle do regime sobre o território nacional.
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