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Protestos na Líbia | Reuters
Protestos na Líbia| Foto: Reuters

As forças de Muamar Kadafi atacaram nesta terça-feira duas cidades do oeste da Líbia, matando dezenas de pessoas, enquanto os rebeldes estavam imobilizados no leste e a Otan tentava resolver uma controvérsia sobre quem deve liderar a campanha aérea da coalizão ocidental.

Enquanto os rebeldes contrários a Kadafi não conseguem criar uma cadeia de comando que capitalize os ataques aéreos aos tanques e defesas aéreas da Líbia, as nações ocidentais têm de decidir quem controlará as operações depois que o governo norte-americano deixar a liderança, o que deve acontecer em alguns dias.

Nos últimos confrontos desta terça, os tanques de Kadafi bombardearam a cidade de Misrata, no oeste líbio. Entre as vítimas, estão quatro crianças que morreram quando o carro em que estavam foi atingindo, segundo moradores. O número total de mortes apenas na segunda-feira chegou a 40.

Moradores relatavam uma situação sombria em Misrata, que há semanas está sob o cerco das forças leais a Kadafi. Os médicos operam os feridos nos corredores dos hospitais e tanques ocupam o centro da cidade.

"A situação aqui é muito ruim. Os tanques começaram a disparar contra a cidade nesta manhã", disse um morador chamado Mohammed à Reuters por telefone do lado de fora do hospital da cidade.

"Franco-atiradores também participam da operação. Um carro civil foi destruído, matando quatro crianças dentro; a mais velha tinha 13 anos."

Na provável primeira baixa da coalizão na campanha, um F-15E norte-americano caiu na Líbia durante a noite. Os dois tripulantes do avião foram resgatados, disseram os militares dos EUA. O acidente provavelmente foi causado por falha mecânica e não fogo inimigo, disse ele.

Ao redor de Trípoli escutaram-se explosões e disparos de artilharia pela terceira vez seguido durante a noite. A televisão estatal líbia disse que muitos locais na capital foram atacados pelo que chamou de "cruzada inimigo".

Um correspondente da Reuters levado a uma instalação naval no leste de Trípoli pelas autoridades líbias viu quatro caminhões militares de fabricação soviética destruídos. Eles estavam estacionados dentro de um edifício cujo teto havia caído, deixando pilhas de destroços.

"Sabíamos que o lugar era um alvo em potencial; recebemos um alerta e esvaziamos o lugar. Nenhum navio foi atingido, mas talvez amanhã", disse o capitão Abdul Bast, oficial naval.

REBELDES NO LESTE

As forças de Kadafi tentavam capturar a cidade de Zintan, perto da fronteira com a Tunísia, num ataque usando armas pesadas. Um morador contou que dez pessoas morreram na terça-feira. Outras pessoas fugiram da cidade, buscando abrigo em cavernas nas montanhas.

Analistas em segurança afirmam que não está claro o que acontecerá se o líder líbio permanecer de pé, especialmente porque as potências ocidentais deixaram claro que não estão dispostas em ver a Líbia dividida entre um leste dominado por rebeldes e um oeste controlado por Kadafi.

Os rebeldes no leste da Líbia estavam contidos nos arredores de Ajdabiyah na terça-feira e não avançavam sobre a cidade estratégica, apesar da terceira noite de ataques aéreos ocidentais no país do norte da África.

No front desértico a cerca de 5 quilômetros da cidade situada na entrada para o leste do país, os combatentes falaram que os ataques aéreos estavam ajudando a enfraquecer o equipamento militar pesado de Kadafi. Mas não havia sinais de avanço no movimento dos rebeldes.

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