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O líder líbio, Muamar Kadafi, disse na quarta-feira (horário da Líbia), terça-feira (23) no horário de Brasília, que sua saída do complexo Bab al-Aziziya foi uma "mudança tática" depois que o local foi alvejado por 64 ataques aéreos da Otan.
Kadafi falou em entrevista a uma rádio de Trípoli, que foi noticiada pela TV Al-Orouba, transmitindo em conjunto com a Al-Rai TV. Ele prometeu morrer como mártir ou vencer na batalha contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Separadamente, os rebeldes líbios afirmaram que a luta pela capital Trípoli deixou mais de 400 mortos e ao menos 2.000 feridos, segundo a Al-Arabiya TV.
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O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, atribuiu nesta terça-feira (23) à necessidade de a oposição na Líbia apresentar garantias que assegurem a união nacional no país para ser reconhecida como legítima representante do governo de transição no país. Segundo ele, o governo provisório exercido pelo Conselho Nacional Transição controlado pelos rebeldes deve apresentar-se como capaz de estabelecer a unidade e reconciliação.
O chanceler disse ainda que há o receio da comunidade internacional em relação à Líbia também está associado à fragilidade das instituições públicas no país, assim como a ausência de uma Constituição.
"A Líbia é muito frágil em termos de instituições, sem uma Constituição propriamente dita, e que tem um longo caminho a percorrer em termos de progressos institucional e democratização. O Brasil está acompanhando de perto, como membro do Conselho de Segurança, examina quais as medidas necessárias", disse Patriota.
Combatentes rebeldes tomaram Bab al-Aziziya, o complexo do líder Muamar Kadafi na capital Trípoli nesta terça-feira, após um dia de intensos confrontos, informou um correspondente da agência France Presse.
Não há informações imediatas sobre o paradeiro de Kadafi após a invasão dos insurgentes, que iniciaram a ação contra o complexo na manhã desta terça-feira.
Os rebeldes também informaram a tomada da cidade petrolífera de Ras Lanuf, que fica no caminho para a cidade natal de Kadafi, Sirta, informou o porta-voz militar coronel Ahmed Omar Bani.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) manterá sua missão na Líbia não somente até a queda do líder Muamar Kadafi, mas até que "cessem todos os ataques e se permita o acesso à ajuda humanitária" no país, confirmaram nesta terça-feira à Agência Efe fontes da aliança atlântica.
"O objetivo de nossa missão é proteger a população civil e, enquanto existir uma ameaça, continuaremos sobrevoando a região", indicaram as fontes.
A Otan não quis confirmar nesta manhã se na noite passada manteve um ataque aéreo sobre a residência do líder líbio, como diz a televisão por satélite saudita "Al Arabiya", nem dar mais detalhes sobre o desenrolar atual da missão.
Responsáveis da Otan e da operação na Líbia analisarão nesta terça-feira em entrevista coletiva as operações no país árabe diante da possível queda do regime de Kadafi após o recente avanço dos rebeldes em Trípoli.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou na segunda-feira que o regime de Kadafi está "claramente desmoronando-se", e destacou que o líder líbio "não pode ganhar a batalha" contra seus próprios cidadãos.
"Quanto o mais rápido Kadafi compreender que não pode vencer a batalha contra seu próprio povo, melhor. Assim, os líbios poderão evitar mais derramamento de sangue e sofrimento", afirmou Rasmussen em comunicado.
Desde o início da operação na Líbia, em 31 de março, a Otan realizou 19.877 voos sobre o país, incluindo 7.505 ataques contra alvos militares chave do regime de Trípoli, segundo o último balanço da organização, divulgado na segunda-feira.
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, advertiu nesta terça-feira que "a vitória não está completa" ainda na Líbia, e considerou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deve permanecer alerta.
"Já disse na segunda-feira que a vitória não está completa. O regime está à beira do afundamento, mas ainda há focos de resistência. É preciso manter a pressão. A Otan deve permanecer alerta para chegar até o fim desta operação", assinalou o chefe da diplomacia francesa à rádio "Europe 1".
O chanceler francês lembrou que os rebeldes controlam "quase a totalidade" do território líbio e "uma grande parte" de Trípoli, onde a população não se levantou em armas para defender o coronel Muammar Kadafi, tal como o líder chegou a convocar.
Juppé afirmou que manteve na segunda-feira uma teleconferência com os demais países aliados, na qual decidiram manter o alerta das forças desdobradas na operação contra as forças do regime líbio.
O ministro francês considerou que "a França teve um papel determinante" na operação, tanto "no plano político como no militar", no qual, junto com os britânicos, forneceram "entre 75% e 80%" dos meios mobilizados pela aliança atlântica.
Ele lembrou que não houve desdobramento terrestre no país norte-africano, com exceção dos instrutores, "que permitiram controlar e formar as tropas" do Comitê Nacional de Transição (CNT) - órgão político dos rebeldes líbios.
"Continuo dizendo que nos mantivemos no marco das resoluções permanentes do Conselho de Segurança (da ONU)", assegurou Juppé, em resposta às críticas de alguns países que consideraram que a Otan ultrapassou o mandato autorizado pelas Nações Unidas.
O ministro mostrou seu desejo de que a operação militar acabe o mais rápido possível para que comece a reconstrução da Líbia. "Nossa preocupação agora é preparar a paz", disse Juppé, que destacou que a França propôs acolher na próxima semana um encontro do grupo de contato para a Líbia.
Itália quer julgamento em Haia O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, afirmou que tanto o líder líbio Muammar Kadafi como seus filhos serão capturados em breve e que espera que eles sejam entregues ao Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia para serem julgados por crimes contra a humanidade.
"Espero que o Conselho Nacional de Transição (órgão político dos rebeldes líbios) os entregue ao Tribunal de Haia, mas isso não exclui que outros líderes líbios sejam julgados por tribunais nacionais", destacou Frattini em discurso num programa de rádio italiano.
O presidente do Conselho de Transição Líbio (CNT), Mustafa Abdul Jalil, afirmou, no entanto, que os familiares de Kadafi não serão entregue ao TPI, onde alguns deles são acusados de crimes contra a humanidade.