O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, sugeriu hoje que uma possível solução para o impasse provocado pela guerra civil na Líbia seria permitir que o governante Muamar Kadafi permaneça no país, se ele concordar em renunciar ao poder.

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Kadafi, por sua vez, insiste que não renunciará e não deixará a Líbia, país que ele governa desde 1969. Mas com o conflito civil em seu quinto mês e numa situação de impasse, a comunidade internacional busca outras soluções.

Hoje, o presidente francês Nicolas Sarkozy teve uma reunião com representantes dos insurgentes da cidade de Misurata, que buscam em Paris armamentos e dinheiro para avançar contra Trípoli. Juppé disse que a França deseja manter "ligações muito próximas" com os insurgentes "para ver como podemos ajudar".

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Questionado se Kadafi poderia ficar na Líbia sob prisão domiciliar, Juppé afirmou ao canal de televisão LCI: "uma das hipóteses é que ele fique na Líbia, com uma condição, a de que ele deixe totalmente a vida política. É isso que esperamos antes de lançar um processo político".

Inicialmente, os insurgentes insistiam que Kadafi deixasse o país, mas agora alguns não descartam a possibilidade de que o governante fique na Líbia se renunciar totalmente aos seus poderes. Mas as duas partes estão num impasse militar, com os insurgentes incapazes de avançar além de algumas cidades no oeste líbio, apesar dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra as tropas de Kadafi.

Brega

Os insurgentes controlam grande parte do leste da Líbia, mas têm sido incapazes de tomar o estratégico terminal petrolífero de Brega, onde estão tropas de Kadafi. Mohammed Idris, um médico na cidade de Ajdabiya, para onde tem sido levados feridos nas lutas de Brega, disse que os rebeldes perderam 27 homens e tiveram outros 83 feridos nos combates ontem. Isso eleva a 53 o total de rebeldes mortos em cinco dias de tentativas de capturar Brega.

Hoje, Sarkozy recebeu em Paris, no Palácio do Eliseu, os líderes militares dos insurgentes, Ramadan Zarmouh e Ahmed Hachem, além do chefe dos rebeldes de Misurata, Suleiman Fortia. O filósofo francês Bernard Henri-Levy, amigo de Sarkozy e que defendeu desde o começo a intervenção francesa na Líbia, participou da reunião.

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"A mensagem deles foi a seguinte: o que fizemos para libertar nossa cidade, podemos fazer se avançarmos para Trípoli", disse Henri-Levy. Ele afirmou que Sarkozy escutou polidamente os insurgentes, mas não disse se o presidente francês prometeu enviar armamentos aos rebeldes.