Muamar Kadafi estava morando em um apartamento em Sirte, tentou fugir da cidade a pé e não estava no comando da resistência aos combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT). As informações sobre os últimos dias do ditador foram reveladas à TV al-Arabiya por Mansour Daw, chefe de Segurança Interna do regime kadafista que estava com Kadafi e foi capturado pelas forças rebeldes.
Segundo Daw, o ditador fugiu de Trípoli em agosto, quando a capital foi tomada pelo CNT. Ele afirmou que era Mutassim - filho de Kadafi morto com ele na quinta-feira - quem comandava a batalha em Sirta.
Durante os últimos dias de resistência em sua cidade natal, Kadafi e seus aliados mais próximos foram para o que era chamado de "área dois" da cidade e ficaram em diferentes apartamentos de parentes do ditador que haviam fugido.
Ainda de acordo com Daw, o ditador e seus aliados tentaram sair de Sirte a pé, em diferentes grupos, depois que todos os veículos do grupo foram destruídos pelo CNT. O chefe de segurança do antigo regime líbio disse que foi ferido e ficou para trás durante a fuga, sendo capturado sem Kadafi. "Após a queda de Trípoli, eu fui para Sirta, encontrei Kadafi e fiquei com ele", disse Daw, segundo a al-Arabiya.
Ele contou que o ditador decidiu ir para sua cidade natal por ter forte apoio dos conterrâneos. Durante seus últimos dias, ele mostrou estar ansioso, mas "não estava com medo", segundo Daw: "No início, ele tinha simpatizantes e leais a ele lá, mas a luta se intensificou muito e ele deixou a cidade."
Durante a entrevista, Daw também negou que as forças kadafistas tenham usado civis como escudos humanos. Ele afirmou que as tropas do ditador permitiram que os civis deixassem a cidade e, ao contrário de relatos dos últimos meses, permitiram a entrada de ajuda humanitária.