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Revolta árabe

Kadafi vendeu 20% das reservas de ouro

Bandeira dos rebeldes tremula ao lado do monumento que simbolizava o poder de Kadafi e que foi destruído | Carl de Souza/AFP
Bandeira dos rebeldes tremula ao lado do monumento que simbolizava o poder de Kadafi e que foi destruído (Foto: Carl de Souza/AFP)

Trípoli - O ex-líder da Líbia Muamar Ka­­dafi vendeu mais de 20% das re­­servas de ouro do país, no valor de mais de US$ 1 bilhão, nos últimos dias do regime, afirmou ontem o presidente do Banco Central lí­­bio, Qassem Azzoz.

Azzoz disse que 1,7 bilhão de dinares (US$ 1,38 bilhão) em ou­­ro, ou cerca de 29 toneladas, fo­­ram vendidas a mercadores locais quando o regime ficou com pouco dinheiro.

"O ouro foi liquidado para pa­­gar os salários e ter liquidez, em Trípoli em particular", afirmou Azzoz. Segundo funcionários do BC, o ouro provavelmente deixou o país, para a vizinha Tunísia e outras nações.

Azzoz acrescentou que o total de ativos do BC agora está em torno de US$ 115 bilhões, dos quais US$ 90 bilhões estão no exterior.

Fuga

Enquanto as forças rebeldes vasculham a Líbia à procura do ditador, ele continua ativo. Ontem, Ka­­dafi rebateu versões segundo as quais ele havia fugido para o vizinho Níger, qualificando-as co­­mo "guerra psicológica e mentiras", em uma mensagem de áudio divulgada pelo canal de televisão sediado em Damasco.

As declarações de Kadafi fo­­ram veiculadas no mesmo dia em que o primeiro-ministro interino da Líbia, Mahmoud Jibril, fez um apelo em Tripoli para que a população reconstrua o país após seis meses de guerra civil.

"Eles não têm nada mais a re­­correr além de guerra psicológica e mentiras. Eles disseram na última mensagem que Kadafi havia sido visto em um comboio seguindo em direção ao Níger", afirmou Kadafi, em sua primeira mensagem em vários dias. Kadafi chamou os opositores de "ratos, vermes e cafajestes".

"Quantas vezes comboios le­­van­­do contrabandistas, comerciantes e pessoas pela fronteira cruzam todos os dias para Sudão, Chade, Mali e Argélia", disse Ka­­dafi. "Como se esse fosse o primeiro comboio que seguiu para o Ní­­ger", prosseguiu. "Eles querem en­­fraquecer nosso moral", afirmou Kadafi, falando a seus aliados. "Não percam seu tempo com este inimigo fraco e ignóbil."

Otan

O ditador também disse que a Or­­ganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "será derrotada", já que suas "capacidades logísticas não permitirão" o prosseguimento da intervenção militar no país do Norte da África. "Nós estamos prontos em Trípoli e em todas as partes para intensificar os ataques contra os ratos, os mercenários, que são um bando de cachorros."

Desde que o complexo onde vivia foi tomado, em 23 de agosto, Kadafi fez vários apelos por resistência em fitas divulgadas pelo Arrai, canal sírio controlado pelo ex-membro do Parlamento iraquiano Mishan al-Juburi, um sunita.

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