O partido Kadima (centro), que defende a retirada de partes ocupadas da Cisjordânia, parece caminhar para a vitória nas eleições de terça-feira em Israel, revelaram as últimas pesquisas de opinião publicadas antes da votação.
Mas, com um desempenho aparentemente mais fraco que o inicialmente previsto, a legenda pode ter dificuldades para formar uma coalizão de governo estável e capaz de implementar seu plano de fixar as fronteiras definitivas do país com o desmantelamento de alguns assentamentos e a manutenção das grandes colônias.
Pesquisas de opinião publicadas pelos jornais "Yedioth Ahronoth" e "Maariv" nesta segunda-feira davam ao Kadima 34 cadeiras no Parlamento de 120 integrantes, uma queda acentuada se comparada com as 44 cadeiras previstas antes.
O resultado também significa que o primeiro-ministro interino do país e líder do Kadima, Ehud Olmert, não conseguirá atingir sua meta de eleger uma bancada com mais de 40 deputados, algo considerado necessário para formar um governo estável e pôr em prática suas políticas ambiciosas.
O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, e o partido Likud, de direita, aparecem bastante atrás do Kadima. Os trabalhistas conseguiriam algo entre 17 e 21 cadeiras e o Likud, entre 13 ou 14, apontaram as pesquisas de opinião.
O Kadima perdeu popularidade depois de Olmert ter substituído no poder o premier Ariel Sharon, em coma desde janeiro, quando sofreu um derrame cerebral.
Para Olmert, a eleição seria um plebiscito nacional sobre seu plano de "consolidação", uma proposta de desocupar dezenas de assentamentos menores da Cisjordânia e consolidar o controle sobre os grandes enclaves se os esforços de paz não avançarem.
O plano, segundo o dirigente, ajudaria "a preservar Israel como um Estado judaico com uma maioria judaica estável separada dos palestinos".
Para os palestinos, tais medidas os impediriam de fundar um Estado viável na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e significariam a anexação de territórios.