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Jerusalém – O partido de centro Kadima mantinha, ontem, uma vantagem considerável em relação aos seus rivais para as eleições de hoje, em Israel, mas precisará negociar e formar uma coalizão para governar já que não atingirá a maioria necessária. A vantagem do Kadima, liderado pelo primeiro-ministro interino Ehud Olmert, diminui perigosamente devido ao aumento da abstenção e ao fortalecimento da extrema-direita.

As últimas pesquisas apontam que este partido vai obter aproximadamente 35 cadeiras de um total de 120 no Parlamento. Há dois meses, superava com folga 40, talvez apoiado ainda na estrela do ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, fundador do partido que está em coma desde janeiro.

"Com Sharon, a situação hoje seria diferente já que ele tinha mais experiência e havia criado um partido com uma verdadeira estrutura. O que está claro é que formar uma coalizão vai ser muito difícil", declarou o cientista político argentino Sergio Yani, do Alternative Information Center (AIC) de Jerusalém.

Como já havia ocorrido no passado, os potenciais aliados de Olmert serão os trabalhistas, dirigidos por Amir Peretz, que obteriam 21 assentos. Além disso, poderão se unir a ele os deputados da formação religiosa sefardita Shass, que obteriam 11 assentos e desejam entrar no governo, os do partido laico de esquerda Meretz, com 5, e os 2 parlamentares de um pequeno partido que representa os aposentados e poderá entrar pela primeira vez no Parlamento. Se esta possibilidade não funcionar, Olmert poderá solicitar o apoio do partido de extrema-direita Israel Beiteinu, liderado por Avigdor Lieberman, que se tornará uma força política importante ao conseguir 11 cadeiras.

Plano

Com um desempenho aparentemente mais fraco que o inicialmente previsto, o Kadima pode ter dificuldades para formar uma coalizão de governo estável e capaz de implementar seu plano de fixar as fronteiras definitivas do país com o desmantelamento de alguns assentamentos e a manutenção das grandes colônias.

Para Olmert, a eleição seria um plebiscito nacional sobre seu plano de "consolidação", uma proposta de desocupar dezenas de assentamentos menores da Cisjordânia e consolidar o controle sobre os grandes enclaves se os esforços de paz não avançarem. O plano, segundo o dirigente, ajudaria "a preservar Israel como um Estado judaico com uma maioria judaica estável separada dos palestinos". Para os palestinos, tais medidas os impediriam de fundar um Estado viável na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e significariam a anexação de territórios.

Cerca de 5 milhões de pessoas devem votar hoje em 8 mil postos em Israel e em mais 92 pontos em outros países. Nas eleições, os israelenses escolherão os legisladores por representação proporcional, ou seja, votarão na lista de um dos 31 partidos que concorrem neste ano, e não em candidatos.

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