Jerusalém Israel registrou nas eleições legislativas de ontem o índice mais baixo de participação de sua história, segundo estimativas oficiais. De acordo com os números, apenas 47% dos eleitores foram às urnas até as 18 horas contra 53% no mesmo período em 2003. Cerca de 5 milhões de pessoas deveriam eleger os 120 membros do Parlamento nos 8 mil postos de votação em Israel e em outros 92 em outros países. O presidente Moshe Katsav fez um apelo para que os cidadãos votassem e "não deixassem que outros decidissem o futuro de Israel".
Pesquisas de boca-de-urna divulgadas após o fechamento das seções eleitorais de Israel apontam a vitória do partido Kadima (centro), do premier interino Ehud Olmert. Segundo as pesquisas, o partido fundado pelo primeiro-ministro Ariel Sharon obteve entre 29 e 32 cadeiras das 120 vagas do Knesset, o Parlamento unicameral israelense. Os levantamentos das emissoras de tevê do país, citados pelas agências de notícias, mostram que o Partido Trabalhista conseguiu eleger entre 20 e 22 parlamentares e que o Likud conquistou 11 ou 12 cadeiras.
Com a vitória do Kadima, Ehud que assumiu interinamente o cargo de premier após Sharon sofrer um acidente vascular cerebral conquistará a vaga de chefe de governo. Se confirmados os resultados na apuração, o premier interino deverá liderar uma coalizão de centro-esquerda para dar prosseguimento ao plano de redefinir as fronteiras definitivas de Israel até 2010.
Olmert e sua mulher, Aliza, votaram em um local de votação em Jerusalém logo após a abertura dos postos eleitorais. "Vão às urnas e votem também", disse o premier interino, desejando "um bom dia para o povo de Israel."
As eleições acontecem em meio a intensas medidas de segurança. Um total de 22 mil policiais e voluntários da guarda civil trabalharam ontem para garantir a segurança durante o pleito. Apenas em Jerusalém, cerca de 5 mil agentes foram mobilizados. Locais considerados alvos em potencial de ataques como a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém tiveram o acesso limitado. As fronteiras de Israel com Gaza e com a Cisjordânia foram fechadas.