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Repercussão negativa

Kamala Harris se torna primeira vice-presidente a visitar uma clínica de aborto nos EUA

Joe Biden e Kamala Harris, sua vice, se empenham na campanha pró-aborto no país (Foto: EFE/EPA/MARTIN DIVISEK)

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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, iniciou uma "turnê" nacional em janeiro deste ano para defender a pauta abortista, como parte da campanha que Biden vem desenvolvendo para a reeleição em novembro.

Sua viagem mais recente, para Minnesota, nesta quinta-feira (14), marcou um acontecimento inédito - e trágico - na Casa Branca: ela se tornou a primeira no cargo a visitar uma clínica de aborto, o que já estava em seus planos nesses meses em que rodou o país. Harris já passou por Wisconsin, Califórnia, Geórgia, Michigan e Arizona.

Por si só, a visita da vice de Biden provocou críticas de organizações pró-vida, que condenaram a iniciativa. Foi o caso do Family Research Council (FRC), que descreveu a visita de Harris como “inacreditável” e "horrível", afirmando que ela está tentando dizer às mulheres que elas devem "sacrificar seus próprios filhos”, se quiserem perseguir o sonho americano.

“O aborto é horrível – e não faz parte do sonho americano. Mesmo um vice-presidente dos Estados Unidos não consegue disfarçar a brutalidade do aborto”, declarou a organização, acrescentando que, em vez disso, Harris deveria visitar um dos mais de 90 centros pró-vida para gravidez em crise em Minnesota.

Ainda, a parada de Harris no centro de aborto também gerou reação do grupo Susan B. Anthony Pro-Life America, que acusou a vice-presidente de ter passado toda a sua carreira no "bolso do grande aborto", em referência às empresas abortistas.

A vice-presidente aproveitou a visita para alegar que há uma “crise de saúde” acontecendo nos estados americanos depois da queda do Roe vs. Wade, que reconhecia o direito constitucional da mulher ao aborto e o legalizava em todo o país.

“Estou aqui nesta clínica de saúde para exaltar o trabalho que está acontecendo em Minnesota como um exemplo de como é a verdadeira liderança”, disse Harris à imprensa. “É justo que as pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde de que 'necessitam' e que tenham acesso aos cuidados de saúde num ambiente onde sejam tratadas com dignidade e respeito…. [É] absolutamente sobre cuidados de saúde e cuidados de saúde reprodutiva”, afirmou.

Contraditoriamente, a representante da Casa Branca ainda defendeu que os ataques contra os abortistas inibe o direito de um indivíduo de tomar decisões sobre o seu próprio corpo, fato que considera "ultrajante e imoral". No entanto, ela se esqueceu de mencionar a vida que está em formação, de bebês que são descartados nesse processo e não têm escolha.

"Como se atrevem estes líderes eleitos a acreditar que estão em melhor posição para dizer às mulheres o que elas precisam, para dizer às mulheres o que é do seu interesse?”, disse Harris, tentando defender a interrupção da gravidez.

Desde a promulgação de uma lei no ano passado estipulando que “todo indivíduo que engravida tem o direito fundamental de continuar a gravidez e dar à luz, ou fazer um aborto, e de tomar decisões autônomas sobre como exercer esse direito", o estado de Minnesota não impõe restrições ao aborto.

A sua visita de Harris acompanha a retórica acalorada de Biden sobre “direitos reprodutivos”, controle de natalidade e fertilização in vitro em seu discurso sobre o Estado da União no último dia 7, no qual acusou os republicanos de tentarem restringir a “liberdade de escolha” da mulher.

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