O ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, acusado de ordenar algumas das piores atrocidades na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, iniciou sua defesa, nesta terça-feira (16), dizendo que deveria ser elogiado por seus esforços em prol da paz, ao invés de ser processado.
Promotores do Tribunal Internacional para a Ex-Iugoslávia dizem que Karadzic foi responsável por bombardear a capital bósnia, Sarajevo, durante o cerco servo-bósnio de 1992 a 1996, e de ordenar o massacre de 8 mil muçulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995.
Esses fatos foram parte da guerra de independência da Bósnia, um dos conflitos associados à fragmentação da Iugoslávia na década de 1990.
"Ao invés de ser acusado, eu deveria ser recompensado por todas as coisas boas que fiz. Fiz tudo que era humanamente possível para evitar a guerra. Consegui reduzir o sofrimento de todos os civis", disse ele à corte. "Proclamei cessar-fogo e contenção militar numerosas vezes. E parei nosso Exército muitas vezes quando ele estava próximo da vitória."
Karadzic, de 67 anos, se defende por conta própria das acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Ele é o terceiro líder sérvio submetido ao tribunal especial. O ex-comandante militar servo-bósnio Ratko Mladic foi levado a julgamento neste ano, e o ex-presidente sérvio e iugoslavo Slobodan Milosevic morreu em 2006, antes que terminasse de ser julgado.
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