Karl Rove, um dos principais assessores políticos do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que deixará a Casa Branca no final deste mês.
Durante declarações breves e emocionadas junto com Rove nos jardins da Casa Branca, antes de sair de férias para o rancho em Crawford, no Texas, Bush se referiu a Rove como "um querido amigo".
- Fomos amigos durante muito tempo e vamos continuar sendo - disse o presidente americano. Bush lembrou que ele e Rove se conhecem desde que eram jovens, quando ambos estavam interessados em governar o estado do Texas.
- Trabalhamos juntos para estarmos na posição de servir a este país - acrescentou.
- Agradeço a Darby (a esposa de Rove) e a Karl por fazer um tremendo sacrifício e desejo tudo de melhor -afirmou o chefe da Casa Branca sobre o homem que até hoje foi seu braço-direito e o arquiteto de suas vitórias eleitorais.
Principal estrategista de Bush, Rove é visto como uma figura-chave nas vitórias eleitorais dos republicanos em duas eleições presidenciais e para o Congresso. Ele teve função de alto escalão na Casa Branca desde que o presidente assumiu o cargo, em janeiro de 2001.
Mas Rove sempre foi uma figura polêmica e enfrentou acusações de táticas baixas contra os opositores, do Partido Democrata, desde sua adolescência.
"Acho que chegou a hora", disse Rove em entrevista publicada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira. "Sempre há algo que pode mantê-lo aqui e gostaria muito de ficar, mas tenho que fazer isso pelo bem da minha família."
A saída de Rove, vice-chefe de gabinete da Casa Branca e conhecido como "o arquiteto" devido à sua capacidade de organizar campanhas, é a mais recente perda da equipe de Bush nos últimos meses.
No mês passado, o Senado dos Estados Unidos expediu uma convocação para que ele deponha, como parte de uma investigação sobre a demissão de oito promotores federais, mas Bush ordenou a ele que não depusesse, lançando mão de poderes do Executivo.
Rove também foi alvo de investigação, em conexão com a exposição da agente da CIA, Valerie Plame, embora os promotores tenham decidido que ele não ser acusado formalmente.
Os democratas afirmam que a intenção das demissões pode ter sido influenciar investigações de legisladores republicanos ou democratas. Bush e o secretário da Justiça, Alberto Gonzales, que aprovou as demissões, dizem que elas foram justificadas, mas mal conduzidas.
O estrategista, a quem os críticos se referem como "o cérebro" do presidente americano, também elogiou Bush. Ele se referiu ao presidente como um líder que manteve a "integridade", apesar dos voláteis eventos políticos.
- Durante todos (estes eventos), você continuou sendo o mesmo homem. A sua integridade, seu caráter e sua decência permaneceram inalteráveis - disse Rove.
O assessor político de Bush afirmou que começou a considerar a possibilidade de deixar a Casa Branca no meio do ano passado e acrescentou que não foi uma decisão fácil.
- Sempre parece que existe um momento melhor para partir, mas agora é o momento - ressaltou, acrescentando que espera preservar a relação de 34 anos que mantém com Bush prometendo continuar um "feroz e comprometido" defensor do presidente americano.
Segundo o Wall Street Journal, Rove pretende voltar ao Texas, onde ele e a mulher têm uma casa em Ingram e um filho estudando em San Antonio.