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O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, estabeleceu a data para a primeira transferência democrática de poder do país: 2 de setembro. A cerimônia de posse, porém, só deve ser definida no último minuto. O país permanece preso em uma crise política, com os dois candidatos à presidência, Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani, alegando vitória nas eleições de 14 de junho.

Karzai se reuniu neste domingo com os dois candidatos na sua residência oficial em Cabul. Segundo comunicado divulgado pelo palácio presidencial, ele pediu que os dois acelerem os trabalhos de um comitê de auditoria internacional para fiscalizar os resultados do pleito, além de avançarem com as negociações para a formação do novo governo. "É impossível prorrogar o prazo limite atual", disse o atual mandatário.

O novo presidente afegão deveria originalmente tomar posse no dia 2 de agosto, mas a cerimônia foi adiada após o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, costurar um acordo prevendo a formação de um amplo governo, que incluiria membros do lado perdedor. Além disso, foi estabelecido o comitê supervisor, encarregado de auditar os mais de 8 milhões de votos. Embora uma contagem preliminar tenha mostrado Ghani na liderança, com vantagem de quase 1 milhão de votos, Abdullah acusa o rival de fraude.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também conversou por telefone com os dois candidatos nos últimos dias, tentado fazer com que as negociações para um governo de coalizão avançassem. "O presidente agradeceu a eles pela contínua liderança e trabalho para definir os detalhes da formação de um governo de unidade nacional, cobrando-os para finalizar o acordo o mais cedo possível", disse a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Caitlin Hayden.

Ajmal Obaid Abidy, um aliado próximo de Ghani, elogiou o prazo dado por Karzai, dizendo que o estabelecimento de uma data para a posse "é muito importante para pôr fim à incerteza". Já um membro da campanha de Abdullah afirmou que a data da transferência de poder não é o fator mais importante. "Nós sabemos da urgência do assunto, mas acreditamos que também é importante que o povo do Afeganistão tenha um presidente legítimo, que possa formar um governo forte", alegou.

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