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Afeganistão

Karzai quer diálogo com Taleban para fim do conflito

Manifestantes criticam a concessão de mais dinheiro para a guerra no Afeganistão, em Londres, onde 70 países se reuniram para debater o problema | Andrew Winning/Reuters
Manifestantes criticam a concessão de mais dinheiro para a guerra no Afeganistão, em Londres, onde 70 países se reuniram para debater o problema (Foto: Andrew Winning/Reuters)
Karzai e Hillary: apesar do apoio internacional, ele prevê permanência de tropas |

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Karzai e Hillary: apesar do apoio internacional, ele prevê permanência de tropas

Em meio a negociações para um prazo de retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão, o presidente do país, Hamid Karzai, encontrou reações divididas quanto a seu polêmico plano de conciliação com líderes do Taleban entre os mais de 60 países reunidos em conferência em Londres, ontem.

Por um lado, o comunicado fi­­nal do encontro deu apoio à organização por Karzai de uma grande "jirga"’ (conselho tribal) para tratar da conciliação nacional. O Taleban não é citado no texto, mas Karzai reafirmou sua intenção de colocar em movimento o plano de oferecer espaços a membros do grupo extremista para que renunciem à violência.

O Taleban foi publicamente convidado a comparecer a esse conselho – o grupo sinalizou, po­­rém, que não irá. "Cada um de nós deve estender a mão a nossos ho­­mens, especialmente aos ir­­mãos desencantados, para que aceitem a Constituição afegã", disse Karzai.

A intenção de Cabul é oferecer vias para a reintegração de membros de todos os níveis do Taleban. Os 20 mil a 30 mil combatentes receberão ofertas de dinheiro e empregos, financiados por doações de aliados internacionais. Já os líderes do grupo extremista islâmico, muitos abrigados no Pa­­quis­­tão, poderiam obter espaços na estrutura de governo nacional.

Em indicação do ritmo avançado da iniciativa, um funcionário da ONU afirmou a repórteres on­­tem que membros do conselho de líderes do Taleban se reuniram secretamente com o representante do organismo no Afeganistão, Kai Eide, para discutir o fim da luta armada.

Se há apoio para ofertas aos militantes, o movimento em direção aos líderes obteve resposta re­­ticente, já que vários países (es­­pecialmente os EUA) consideram inaceitável a associação com acusados de conspiração para o 11 de Setembro.

Alianças

Karzai afirmou contar com a ajuda do Paquistão e da Arábia Saudita – dois dos três países que reconheceram o regime do Ta­­leban antes de sua derrubada em 2001, além dos Emirados Árabes Unidos – para mediar contatos com líderes do grupo.

Teme-se, porém, que o Taleban veja a oferta como prova de que está vencendo a batalha e incremente suas operações.

As potências envolvidas nas operações no Afeganistão pretendem aumentar as forças de segurança do país para 171,6 mil soldados e 134 mil policiais até outubro do ano que vem. Em troca dos apoios, exigem medidas fortes contra a corrupção.

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