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Guerra

Karzai questiona confiabilidade dos EUA no Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, questionou a confiabilidade dos Estados Unidos como parceiros, ao mesmo tempo em que rebateu as críticas acerca da legitimidade de seu governo após as eleições manchadas por fraude.

Numa entrevista à CNN, o principal opositor de Karzai, o ex-chanceler Abdullah Abdullah, advertiu que a estratégia dos EUA não terá sucesso sem um parceiro confiável em Cabul e culpou Karzai pela deterioração da situação. No entanto, sublinhando a dor-de-cabeça política que Washington enfrentará se Karzai vencer a disputa contra Abdullah no mês que vem, o presidente afegão apontou o dedo para os EUA numa entrevista pré-gravada.

"Os EUA são um parceiro confiável para o Afeganistão?", indagou Karzai. "O Ocidente é um parceiro confiável para o Afeganistão? Temos recebido os compromissos que nos foram dados? Temos sido tratados como um parceiro?" Karzai afirmou que, para ele, estaria havendo uma parceria apenas se houvesse respeito às vidas e propriedades dos afegãos, e se o povo afegão soubesse "a direção para aonde está caminhando".

As declarações aparentemente se referem às antigas críticas de Karzai sobre as mortes de civis nos ataques aéreos realizados pelos EUA e ao fato de o presidente Barack Obama não ter concluído a revisão da estratégia dos EUA no Afeganistão, nem ter dado uma resposta ao pedido de mais 40 mil soldados feito pelo comandante das tropas norte-americanas no país.

Fraudes

Karzai disse ainda que as acusações de fraude nas eleições de 20 de agosto foram desproporcionais. Os números oficiais deram à Abdullah 30,59% dos votos no primeiro turno, mas Karzai concordou com a realização de um segundo turno depois que mais de um milhão de votos foram desconsiderados por fraude, deixando-o sem os 50% exigidos para a vitória antecipada. "Houve alguns erros, houve alguns incidentes de fraude", admitiu Karzai.

O presidente ressaltou, porém, que "a eleição como um todo foi limpa e o resultado foi claro". Ele acrescentou que, o segundo turno, em 7 de novembro, "deve apresentar um resultado claro, e esse resultado deve ser respeitado".

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