O presidente sírio, Bashar al-Assad, não pode ter qualquer participação em um governo de transição porque perdeu a legitimidade para governar, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta quarta-feira (22), na abertura da conferência internacional que busca encerrar a guerra civil na Síria.
Kerry disse que a reunião realizada na cidade suíça de Montreux é um teste para a comunidade internacional encontrar uma solução para o conflito na Síria.
"Vemos apenas uma opção, negociar um governo de transição nascido por mútuo consenso", disse Kerry. "Isso significa que Bashar al-Assad não será parte do governo de transição. Não há maneira, nenhuma maneira possível, para que um homem que tem liderado uma resposta brutal contra seu próprio povo possa recuperar a legitimidade para governar."
As negociações internacionais de paz para tratar da guerra civil de quase três anos começaram em Montreux, perto de Genebra, nesta quarta, com um discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Estão presentes à conferência delegações do governo do presidente sírio e de grupos da oposição síria exilada, além da ONU, Estados Unidos e Rússia.
Sírios devem decidir destino de Assad, diz chanceler
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, disse que somente o povo sírio pode decidir o destino do presidente Bashar al-Assad.
Moualem, em um longo discurso no início de uma conferência internacional em Montreux, na Suíça, também pediu a potências internacionais que parem de "apoiar o terrorismo" e removam as sanções contra Damasco.
"Nós viemos como representantes do povo e Estado sírios e todos devem saber que ninguém neste mundo tem o direito de retirar a legitimidade de um presidente ou governo... que não os próprios sírios", afirmou.
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