O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou em visita ao Egito neste domingo (22) que os Estados Unidos são favoráveis a que o povo iraquiano escolha uma liderança preparada para representar toda a população do país.
Segundo o secretário, os curdos, os sunitas e parcela dos xiitas já demonstraram insatisfação com os líderes políticos atuais. Citou também o aiatolá Ali al-Sistani, influente líder espiritual do país, que já deu declarações sobre a necessidade de se evitar repetir erros do passado no Iraque.
Porém, Kerry não mencionou nominalmente o atual primeiro-ministro, Nuri Kamal al-Maliki, em nenhum momento de seu discurso.O americano reiterou, contudo, que a posição formal de Washington é a de não interferir na escolha de lideranças em Bagdá.
Kerry fez as declarações em conferência após encontro com o presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, no Cairo. Ele está no Egito como primeira parada de um roteiro pelo Oriente Médio, durante o qual espera-se que ele visite o Iraque. O país está em crise desde que militantes sunitas tomaram significativas porções de território e armamentos das tropas do primeiro-ministro xiita al-Maliki.
Ajuda financeira
O secretário norte-americano ainda fez um apelo para que países árabes evitem financiar forças armadas sunitas no que estaria se tornando "uma guerra supra-fronteiriça entre Iraque e Síria", por acreditar que esses apoios insuflariam a insurgência iraquiana, que está se espalhando com rapidez.
Adicionou que o grupo extremista do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) tornou-se uma ameaça a todo o Oriente Médio e possivelmente além.
"Não há margem de segurança para financiar grupos como o EIIL e nós desencorajamos particularmente indivíduos que possam estar enviando dinheiro por entidades de caridade ilícitas ou duvidosas, crendo ajudar no bem-estar de pessoas que foram deslocadas nos conflitos, mas cujo dinheiro acaba caindo nas mãos de terroristas" disse Kerry.
Oficiais norte-americanos esclareceram que Kerry não estava pedindo o fim de ajuda financeira para as forças rebeldes moderadas sunitas da Síria, que lutam há mais de três anos contra o presidente Bashar al-Assad.
Disseram ser possível que apoio a rebeldes sírios possa terminar nas mãos de insurgentes iraquianos devido à sobreposição de guerreiros sunitas nos dois países.
O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, concordou que é dever apenas dos iraquianos escolherem seus líderes, mas que também espera que Bagdá crie um governo inclusivo se pretende dirimir a violência.
Shoukry declarou estar preocupado com as reverberações que a crise no Iraque causará nos países árabes vizinhos, e afirmou que o Egito está procurando trabalhar conjuntamente a outros países para ajudar a população iraquiana.
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