O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, concluiu nesta terça-feira (9) uma visita de três dias ao Oriente Médio para impulsionar o diálogo entre israelenses e palestinos com uma sensação de cautelosa esperança. Após se reunir com os líderes israelenses e palestinos, Kerry afirmou pouco antes de deixar nesta terça Tel Aviv que as partes estão comprometidas com um processo que possa "criar as condições para a paz", mas se mostrou cauteloso por causa das tentativas fracassadas de reavivar as conversas no passado, de acordo com a imprensa local.
Em sua segunda viagem à região após ter sido designado chefe da diplomacia americana, Kerry teve como objetivo avaliar fórmulas que permitam encurtar a distância entre as partes e estabelecer os fundamentos para o retorno à mesa de negociação.
Nessa tentativa, Kerry disse ter combinado com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, trabalhar para fazer avançar projetos econômicos na Cisjordânia como um dos pilares do processo de paz, estagnado desde 2010.
De acordo com a imprensa local, o americano especificou que os detalhes de suas gestões permanecerão sem ser revelados, o que se interpreta como um sinal de cautela para impedir que os novos esforços de mediação fracassem. No entanto, ele disse que na próxima semana serão anunciados novos dados.
As propostas de Kerry serão previsivelmente uma série de projetos econômicos na Cisjordânia, onde Israel tem pleno controle civil e de segurança. Os palestinos desejam desenvolver projetos de construção, incentivo ao turismo e infraestruturas nessa área.
Apesar do impulso que pretende dar aos palestinos em matéria econômica, Kerry destacou, no entanto, que o reatamento das conversas deve incluir questões como fronteiras ou segurança, e que as partes em conflito têm necessidades que devem ser atendidas.
O primeiro-ministro israelense ressaltou hoje durante um encontro com Kerry em um hotel de Jerusalém que o diálogo com os palestinos deve abordar em primeiro lugar "assuntos de reconhecimento de Israel e questões de segurança".
Essas afirmações respondem aparentemente à exigência do presidente palestino de que Israel proponha um mapa com as fronteiras do futuro Estado palestino como ponto de partida.
Abbas insistiu perante Kerry que Israel deve suspender a construção de assentamentos judaicos e exigiu a libertação dos presos palestinos que se encontram em prisões israelenses desde antes de 1993, quando foram assinados os Acordos de Oslo.
Netanyahu declarou estar "decidido" a retomar o processo de paz e a fazer "um sério esforço para pôr fim a este conflito de uma vez por todas", de acordo com um comunicado de seu escritório.
Outra questão analisada por Kerry em suas reuniões com dirigentes israelenses foi a situação na Síria e o programa nuclear iraniano.
O chefe da diplomacia americana reiterou o compromisso de Barack Obama de que o Irã "não terá armas nucleares".
"Estamos abertos a negociações, mas não de forma ilimitada", disse em relação às gestões do Grupo 5+1, que na semana passada concluiu sua última rodada de conversas com o Irã sem obter respostas à proposta das grandes potências sobre a limitação ao enriquecimento de urânio.
Deixe sua opinião