O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, encerrou mais uma missão no Oriente Médio nesta sexta-feira (6) fazendo um apelo para que Israel e os palestinos sigam o exemplo do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e façam a paz.
A morte na quinta-feira (5) de Mandela, que lutou contra o apartheid na África do Sul e se tornou o primeiro presidente negro do país, foi lamentada ao redor do mundo, inclusive por israelenses e palestinos.
Os palestinos, aliás, classificaram o líder sul-africano como uma inspiração na luta pela formação de um Estado próprio.
Kerry quer persuadir os dois lados deste conflito a chegar a uma solução negociada e havia estabelecido um prazo de nove meses quando as negociações foram lançadas em julho. Mas os dois lados indicaram que estão pessimistas com os resultados.
Antes de partir de Tel Aviv, depois de uma visita de dois dias a Israel e aos territórios palestinos, Kerry lembrou de uma citação de Mandela, que certa vez disse que diante de desafios, "sempre parece impossível até que seja feito".
"Esse exemplo de Nelson Mandela é um exemplo que todos nós precisamos ter no coração enquanto tentamos chegar a uma solução de dois Estados", disse Kerry a jornalistas, referindo-se à visão internacional de soberania palestina em terras ocupadas por Israel em uma guerra em 1967.
Uma dessas áreas, formada pela Cisjordânia e a vizinha Jerusalém Oriental, tem sido amplamente ocupada por assentamentos de Israel, levando aos palestinos a preocupação de que haverá muito pouco espaço para seu Estado.
A outra área, Gaza, foi desocupada por Israel em 2005 e é agora governada pelo grupo armado islâmico Hamas, que rejeita a coexistência com o Estado judeu.
Muitos israelenses questionam se o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelos Estados Unidos, pode fazer o Hamas se comprometer com um processo de paz.