O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou neste domingo que israelenses e palestinos estão avançando nos diálogos para chegarem à paz na região, embora haja grande ceticismo em relação a um acordo entre as partes. Em discurso antes de voar para a Jordânia e a Arábia Saudita, e no qual detalhou aos jornalistas a 10.ª sessão de encontros com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o palestino Mahmoud Abbas, Kerry assegurou que ambos os lados já têm uma ideia clara dos compromissos a serem adotados para alcançarem um denominador comum no conflito do Oriente Médio. "Foram dias produtivos", disse o secretário de Estado dos EUA. "Nossa conversa foi muito positiva, ainda que muito séria, muito intensa". Segundo ele, assuntos-chave como as fronteiras, a segurança, o destino dos refugiados palestinos e a condição de Jerusalém estiveram todos em pauta. "O caminho está ficando claro e o imbróglio está sendo resolvido aos poucos. Para todo mundo, está ficando evidente as opções restantes a serem tomadas", afirmou, antes de acrescentar que não irá se encontrar com os reis da Jordânia e da Arábia Saudita caso eles não endossem as reivindicações propostas para o conflito da região. "Mas não sei dizer quando as últimas peças deste imbróglio irão se encaixar, ou se cairão no chão e deixarão o quebra-cabeças incompleto", acrescentou Kerry. O ministro do Exterior do Israel, Avigdor Lieberman, um político conservador e tradicional aliado do governo de coalizão, exigiu que qualquer acordo de paz traga uma proposta de "troca entre populações e territórios" com o futuro estado palestino. O discurso de Lieberman visa a preservar a política atual de Israel, de manter blocos de assentamentos israelenses na hoje ocupada Cisjordânia, além de redesenhar as fronteiras da região para que comunidades árabes estejam sob jurisdição palestina. Os palestinos, bem como outros árabes, que juntos compõem 20 por cento da população de Israel, recusaram a proposta israelense de revisar as fronteiras da Cisjordânia que, assim como Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, foram anexados por Israel na guerra de 1967.
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