O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse na quarta-feira que os protestos da oposição depois da eleição presidencial de junho foram planejados de antemão, mas que aparentemente seus líderes não eram agentes de governos estrangeiros.

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As autoridades iranianas vinham acusando potências ocidentais, especialmente Estados Unidos e Grã-Bretanha, de promoverem os distúrbios ocorridos depois que a oposição apontou fraude no pleito de 12 de junho, que reelegeu o presidente radical Mahmoud Ahmadinejad.

Washington e Londres sempre negaram essas acusações.

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Os protestos pós-eleitorais mergulharam o Irã na sua pior crise interna desde a revolução de 1979, expondo profundas divisões dentro da elite do regime clerical islâmico.

Alguns radicais têm pedido repetidamente a prisão de líderes oposicionistas moderados que denunciaram supostas fraudes eleitorais.

"Não acuso os líderes dos recentes eventos de serem agentes de estrangeiros, inclusive América e Grã-Bretanha, porque isso não me foi provado", disse Khamenei, segundo a TV estatal.

"Mas não há dúvida de que este movimento, com ou sem conhecimento de seus líderes, foi planejado de antemão", afirmou ele numa reunião com universitários.

Entidades de direitos humanos dizem que centenas de pessoas, inclusive políticos reformistas, jornalistas e ativistas, foram detidas desde a eleição. Muitas continuam presas.

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Mas, quando questionado por um estudante sobre por que os líderes dos distúrbios pós-eleitorais ainda não foram presos, Khamenei disse: "Não se pode agir com base em suspeitas e rumores numa questão de tamanha importância. Todos podem ter certeza de que os crimes não serão tolerados, mas em tais questões importantes o Judiciário deve julgar com base em razões e evidências fortes", acrescentou o aiatolá.

O Irã iniciou na terça-feira o quarto julgamento em massa de moderados detidos por envolvimento nos distúrbios.

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