Pelo menos dois mísseis caíram nesta quinta-feira (28) no distrito de Shevchenkivskyi, em Kiev, com um dos projéteis atingindo um prédio residencial e deixando vários feridos, disseram testemunhas oculares à Agência Efe.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou que dois mísseis caíram na capital da Ucrânia nesta quinta, no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, visita o país.
No prédio residencial atingido por um dos mísseis, Marina Zdanovich, de 31 anos, vive com sua avó e seus dois filhos. Ela disse à Efe que, segundo seus vizinhos, a casa foi danificada. Sua avó, que estava lá dentro, ficou levemente ferida, explicou à Efe.
O outro projétil caiu sobre uma empresa chamada Artem, que aparentemente foi alvo do ataque por se tratar de uma fábrica de mísseis.
Por volta das 21h30 (hora local), bombeiros e soldados começaram a retirar os moradores da região. “Hoje à noite, o inimigo disparou contra Kiev. Houve dois tiros no distrito de Shevchenkivski. Todos os serviços de emergência estão no local. Informações sobre possíveis vítimas estão sendo esclarecidas”, escreveu o prefeito Klitschko em seu canal no Telegram.
O assessor do Escritório da Presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, também informou sobre o ataque, ressaltando que o atentado ocorreu durante a visita de Guterres.
“No dia anterior ele estava sentado em uma longa mesa no Kremlin e hoje há explosões por cima de sua cabeça. Um cartão postal de Moscou?”, escreveu em sua conta no Twitter.
Guterres, que se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfatizou durante entrevista coletiva que a ONU está “comprometida em ajudar o povo ucraniano nesta situação dramática”.
O secretário-geral da ONU disse que a organização está fazendo “todo o possível” para evacuar civis da usina metalúrgica Azovstal, na cidade de Mariupol, onde cerca de mil civis permanecem refugiados juntamente com aproximadamente 2 mil soldados ucranianos.
“Fazemos todo o possível para tornar isso uma realidade. Minha primeira e única prioridade são as pessoas que estão sofrendo e que precisam ser resgatadas”, afirmou Guterres.
Ele ressaltou que teve “conversas intensas” com Zelensky para “tornar realidade” a evacuação de Mariupol, embora tenha descartado falar de prazos específicos.
“É uma crise dentro de uma crise. Enquanto continuamos a exigir um cessar-fogo em grande escala, continuamos também pedindo medidas práticas imediatas para salvar vidas e aliviar o sofrimento”, admitiu o diplomata português.
O chefe da ONU falou de “corredores humanitários eficazes”, “cessações de hostilidades em nível local” e “passagens seguras para civis e rotas de abastecimento”.
“O povo de Mariupol precisa desesperadamente dessa ação. Milhares de civis precisam de assistência vital. Muitos são idosos que precisam de assistência médica ou têm mobilidade limitada. Eles precisam de uma rota de fuga do apocalipse”, disse.
Por sua vez, Zelensky assegurou: “Acho possível um resultado bem sucedido no desbloqueio de Azovstal”.
“A Ucrânia está aberta a negociações imediatas para evacuar a população de Azovstal e para a implementação urgente dos acordos alcançados. Também esperamos um tratamento humano para essas pessoas por parte da Rússia. Esperamos que parte da missão do secretário-geral seja eficaz”, afirmou.
Ele também denunciou que, apesar das promessas do Kremlin, a siderúrgica continua sendo submetida a bombardeios brutais do exército russo.
Guterres, que afirmou ter chegado a um acordo de princípio com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, também enfatizou que “muitos líderes têm feito esforços para parar os combates, mas até agora não tiveram êxito”. “Estou aqui para lhe dizer, senhor presidente, e ao povo da Ucrânia: não desistam”, afirmou.
Ele lembrou o que disse a Putin, na terça-feira, em Moscou: “Temos uma guerra na Ucrânia provocada pela intervenção russa em violação da carta da ONU e da integridade territorial da Ucrânia”.
“Não temos duas faces nem duas línguas. Falamos a verdade e respondemos aos valores que considero essenciais para a paz e a segurança”, afirmou.
O português se mostrou disposto a intensificar o trabalho da ONU neste país, mas recordou que “a Ucrânia tem um governo”. “O papel da ONU não é substituir o governo, mas ajudar o governo em suas ações”, disse.
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