O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, voltou a ameaçar com um possível ataque nuclear contra a Coreia do Sul. De acordo com a agência estatal de notícias KCNA, houve um rápido aumento nos preparativos militares para uma iminente "guerra", que, segundo ele, poderia eclodir a qualquer momento.
Durante um longo discurso após uma reunião de cinco dias do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, o ditador lançou críticas contra os Estados Unidos. O evento teve como propósito definir o curso estratégico do país. Na ocasião, foram anunciados planos para o lançamento de três novos satélites espiões em 2024, a construção de drones e o desenvolvimento de capacidades de guerra eletrônica.
Kim acusou os americanos de apresentarem "vários tipos de ameaças militares" e ordenou que os militares norte-coreanos monitorem de perto a situação de segurança na Península Coreana, respondendo com uma "atitude avassaladora".
Em meio a essas tensões, Coreia, Japão e Estados Unidos estão intensificando a cooperação em defesa. Ativaram um sistema para compartilhar dados em tempo real sobre os lançamentos de mísseis norte-coreanos. No início de dezembro, um submarino nuclear americano chegou ao porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para realizar exercícios militares com sul-coreanos e japoneses.
A Coreia do Norte classificou essas ações como "intencionalmente provocativas", alegando que podem levar a uma guerra nuclear. O ditador afirmou: "Devemos responder rapidamente a uma possível crise nuclear e continuar a acelerar os preparativos para pacificar todo o território da Coreia do Sul, mobilizando todos os meios e forças físicas, inclusive nucleares, em caso de emergência".
As relações entre as duas Coreias estão em um de seus piores momentos desde o lançamento de um satélite espião pelo Norte. Após esse evento, Seul suspendeu parcialmente um acordo militar de 2018 destinado a reduzir as tensões na região.