O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em imagem do ano passado| Foto: EFE/EPA/KCNA
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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse ao Parlamento do país que rechaça as conversas propostas pelos Estados Unidos porque considera a oferta de “diálogo sem condições prévias” como “uma fachada para enganar a comunidade internacional e disfarçar suas hostilidades”.

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Kim declarou, durante uma sessão da Assembleia Popular Suprema, como se chama o Parlamento norte-coreano, que a proposta de Washington é apenas “uma extensão da política hostil seguida por governos americanos anteriores”, informou nesta quinta-feira (30, horário local) a agência de notícias estatal KCNA.

Após a posse de Joe Biden como presidente, os EUA insistiram em retomar as conversas “onde e quando for” para tentar reavivar o diálogo sobre desnuclearização do país asiático, paralisado desde a fracassada cúpula de Hanói em 2019, na qual o governo americano considerou insuficiente a oferta norte-coreana de desarmamento. O discurso de Kim foi dado dois dias depois que o regime norte-coreano testou um novo míssil hipersônico.

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Este foi o terceiro teste de armas nas últimas duas semanas no país, um período marcado por um aumento nas tensões com a Coreia do Sul, que por sua vez respondeu a alguns destes testes lançando seu próprio míssil balístico a partir de um submarino e anunciando o desenvolvimento de novas armas.

Por outro lado, no discurso, Kim decidiu fazer um aceno ao país vizinho, ao anunciar que as comunicações telefônicas com Seul, interrompidas desde agosto, serão restabelecidas no início de outubro para melhorar as relações bilaterais.

Assim como foi feito por sua irmã Kim Yo-jong em uma série de comunicados divulgados recentemente, ele pediu que Seul mude sua “atitude de confronto habitual” em relação ao regime norte-coreano para consertar os laços.

Kim afirmou que Coreia do Sul e EUA “estão realizando atividades militares terríveis que vão além do que é permitido, destruindo a estabilidade e o equilíbrio ao redor da península coreana”. Por esta razão, segundo Kim, antes de assinar um tratado de paz, como recentemente proposto pelo presidente sul-coreano Moon Jae-in na ONU, “o respeito mútuo deve ser garantido, e deve ser colocado fim aos preconceitos mútuos”. Após rodadas de contatos diplomáticos em 2018, as relações entre as duas Coreias têm esfriado desde a cúpula de Hanói e vivem um impasse.