A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (2007-2015) e o atual mandatário do país, Javier Milei, se pronunciaram sobre a decisão de um tribunal federal de segunda instância que confirmou uma condenação da peronista a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos nesta quarta-feira (13).
Kirchner afirmou que teve sua sentença ratificada “por ser mulher”. “Quando você é mulher, tudo se torna 20 vezes mais difícil e, se eles me punem por alguma coisa, não é apenas por causa de tudo o que fiz, mas também porque sou mulher. Eles não suportam discutir com uma mulher e que não possam ter a razão”, declarou.
“Não importa, meninas, considerando o que milhares e milhares de mulheres tiveram de suportar em condições horríveis, não vejo isso como um sacrifício, mas quase como uma obrigação para alguém que tem um projeto para um país e um modelo de sociedade”, acrescentou.
No final de 2022, Kirchner havia sido condenada por um tribunal argentino no chamado caso Vialidad, devido a um esquema de desvios de recursos de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo. Agora, a Câmara Federal de Cassação ratificou a sentença.
No X, Milei, do partido de direita A Liberdade Avança e rival dos peronistas, comemorou a decisão de segunda instância, que ainda poderá ser contestada na Suprema Corte da Argentina.
“Lembrei-me de que na campanha [presidencial de 2023] fomos criticados por não nos manifestarmos sobre a culpabilidade de Cristina Fernández de Kirchner. Pelos mesmos que hoje falam de respeito às instituições”, afirmou o presidente argentino.
“Bom, no dia de hoje (durante este governo), a Justiça argentina confirmou a condenação e a inabilitação perpétua para exercer cargos públicos da ex-presidente. Hoje, podemos afirmar sem nenhuma dúvida que Cristina Fernández de Kirchner é culpada de atos de corrupção”, escreveu Milei.
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