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lava jato argentina

Kirchner diz ser vítima de perseguição judicial e pede que Macri seja citado como testemunha 

Imprensa tenta falar com a ex-presidente Cristina Kirchner enquanto ela deixa sua casa para prestar depoimento, nesta segunda-feira (13) | EITAN ABRAMOVICH/AFP
Imprensa tenta falar com a ex-presidente Cristina Kirchner enquanto ela deixa sua casa para prestar depoimento, nesta segunda-feira (13) (Foto: EITAN ABRAMOVICH/AFP)

Os escândalos de corrupção do Kirchnerismo levaram mais uma vez a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner a um tribunal para prestar depoimento em um caso de corrupção. Envolvida em pelo menos cinco processos, Cristina agora vê sua situação se complicar em uma nova investigação, que vem sendo chamada pela imprensa internacional de “Lava Jato argentina”. 

Frente a frente com o juiz federal Claudio Bonadio na manhã desta segunda-feira (13), Cristina se recusou a responder as perguntas do magistrado e disse que é vítima de perseguição judicial desde que Mauricio Macri assumiu a presidência, em dezembro de 2015. 

Em um comunicado lido por seu advogado, Carlos Alberto Beraldi, a senadora pediu a nulidade da causa e solicitou que o presidente Macri seja citado como testemunha no processo. O primo dele, Ángelo Calcaterra, 60, foi um dos empresários presos na operação ‘cadernos das propinas’, em 1º de agosto. Após um acordo de colaboração com a justiça, em que confessou ter feito doações por caixa dois a funcionários dos governos kirchneristas em troca de benefícios para obter concessões de obras públicas no período, Calcaterra foi solto. 

De acordo com a ex-presidente, Macri deve ser citado para que indique se teve “algum tipo de participação nas supostas tratativas à incorporação de Ángelo Calcaterra no programa previsto na lei 27.304”, de proteção à testemunha e colaboradores. Ela afirmou que o empresário foi “privilegiado” com um dos acordos judiciais “que o promotor parece estar distribuindo aos arrependidos que endossam a hipótese penal de associação ilícita”.

Sobre as acusações ao seu marido, Néstor Kirchner, morto em 2010, Cristina disse que é um “absurdo” que “tentem nos fazer crer” que ele tenha organizado um suposto esquema de cartelização de obras públicas. Também declarou como absurdo que os empresários sejam considerados vítimas.

Relação com Bonadio

Cristina também afirmou que Bonadio e o promotor Carlos Stornelli não têm competência para atuar no caso. 

“Aparece com total evidência que Bonadio deliberadamente montou um novo dossiê para me imputar novamente como chefe de uma suposta associação ilícita, um comportamento pelo qual eu já sou perseguida”, declarou a senadora, citando que os cadernos, principais provas do processo, foram parar nas mãos de Bonadio e Stornelli não por acaso e que o escândalo teria sido uma maneira que aliados do governo encontraram para abafar a crise econômica e casos de corrupção envolvendo o partido do presidente, o Cambiemos. 

O juiz Bonadio já é um velho conhecido de Cristina. Em abril de 2016, a ex-presidente prestou depoimento no processo chamado de “dólar futuro”, no qual foi acusada de “fraude contra a administração pública” e apontada como a responsável por vender dólares a futuro a um preço menor que o de mercado, gerando prejuízo econômico aos cofres do país. 

O segundo encontro dos dois nos tribunais ocorreu quase um ano depois, em março de 2017. Na época, Bonadio investigava um suposto esquema de lavagem de dinheiro que tinha como fachada uma imobiliária chamada “Los Sauces”. Cristina e seus filhos, Máximo e Florencia, foram acusados de receber dinheiro em forma de aluguéis. 

Por fim, um terceiro encontro ocorreu em outubro de 2017 no processo que investiga o atentado terrorista à sede da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), que matou 85 pessoas e deixou mais de 300 feridas em julho de 1994. Neste caso, o promotor Alberto Nisman, morto em 2015, acusou Cristina de “traição à pátria” por suposto acobertamento dos iranianos acusados do ataque da AMIA. Em nenhum dos casos, segundo o La Nacion, a ex-presidente respondeu as perguntas do juiz. 

“Se Bonadio quer me perseguir e me assediar, pelo menos ele deve conhecer um pouquinho de lei ou simplesmente ter alguma memória, qualidades que, aparentemente, ele não possui”, afirma ela em sua apresentação. 

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