A candidatura à presidência de Cristina Fernández de Kirchner - mulher do atual presidente da Argentina, Néstor Kirchner - sofreu um revés neste domingo, o que pode atrapalhar sua vitória em primeiro turno, como prevêem analistas . O jornal "Perfil" - um dos principais meios de comunicação opositores do mandatário - revelou que o governo da província de Santa Cruz, governada durante 11 anos por Kirchner e até hoje controlada pelo presidente, nunca repatriou os mais de US$ 500 milhões depositados na Suíça pouco antes da crise financeira que assolou a Argentina em 2001. A informação contradiz declarações de Kirchner, que assegurou que seu sucessor no cargo de governador, Sergio Acevedo, havia repatriado os recursos.

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A nova denúncia veio à tona duas semanas após a renúncia de Felisa Miceli, que enfrenta processo judicial e já sofreu embargo de 200 mil pesos (US$ 63.500), e em meio a outros dois processos judiciais envolvendo funcionários do governo: a ministra da Defesa, Nilda Garré, foi indiciada por suspeitas de contrabando de peças de armas; e a secretária do Meio Ambiente, Romina Picolotti, enfrenta acusações de nepotismo.

O dinheiro depositado na Suíça é proveniente dos royalties da exploração petrolífera pagos pelo Estado nacional à província em 1993, quando o Kirchner ainda estava à frente do governo provincial. Seguindo à risca os conselhos de Domingo Cavallo, o polêmico ministro da Economia dos governos Carlos Menem (1989-1999) e Fernando de la Rúa (1999-2001), o então governador optou por depositar os recursos no exterior para evitar que o dinheiro provincial fosse afetado por medidas econômicas de emergência.

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