Puerto Iguazú, Argentina (EFE) Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Néstor Kirchner, se encontram hoje em Puerto Iguazú, na fronteira entre os dois países, para reforçar os laços entre os dois países no mesmo local onde há 20 anos começou a integração bilateral, após décadas de desconfiança mútua. Os chefes de Estado assinarão na cidade argentina, vizinha à brasileira de Foz do Iguaçu, novos acordos de integração, cujo ponto central é motivo de negociações contra o relógio: uma cláusula de proteção à indústria argentina para permitir a adaptação à concorrência comercial brasileira. Mas, apesar de fontes oficiais argentinas indicarem que o assunto será dabatido, o que se diz extraoficialmente é que os temas comerciais serão postos de lado.
Kirchner e Lula assinarão cerca de 20 documentos relativos a assuntos de cooperação, segundo fontes brasileiras disseram ontem. O subsecretário para a América do Sul do Itamaraty, José Eduardo Martins Felício, disse em entrevista coletiva que entre esses documentos estão protocolos na área da energia nuclear e de defesa. No âmbito cultural, o diplomata destacou um acordo para reforçar o ensino do idioma espanhol no Brasil e o da língua portuguesa na Argentina, fundamentalmente nas zonas fronteiriças. Os outros documentos que os líderes deverão assinar se referem às áreas de integração, transporte, ciência e tecnologia, espacial, nuclear, migrações, trabalho e saúde.
Salvaguardas
Para Felício, o Brasil e a Argentina não conseguirão fechar acordo sobre salvaguardas antes da reunião do Mercosul, marcada para os próximos dias 8 e 9, no Uruguai. Ele lembra que na semana passada houve uma rodada de negociações entre os dois países, sem sucesso, ressaltando que as conversas continuam. Os setores mais sensíveis entre Brasil e Argentina são o de calçados, de suínos, têxteis e veículos. Neste caso, acrescentou Felício, é pouco provável que as negociações para renovação do acordo entre os dois países sejam concluídas até o fim deste ano, o que demandaria pelo menos uma prorrogação do que já existe.
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