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Buenos Aires – O governo do presidente Néstor Kirchner está deflagrando uma dura ofensiva diplomática para reaver as ilhas Malvinas, sob controle britânico desde 1833. Kirchner decidiu arquivar a política que os governos argentinos vinham tendo até o momento – de negociar com a Grã-Bretanha de forma suave – e imprimir um tom mais agressivo na reivindicação das ilhas. Para isso, o presidente argentino iniciou uma campanha em organismos internacionais, especialmente a ONU, para que intermedeiem nas negociações com Londres.

Em 2005, o governo argentino enviou 15 protestos por ações do governo britânico nas ilhas, tais como a emissão de licenças para explorações de minério no arquipélago e a manutenção da imensa base aeronaval que Londres mantém no lugar. Desde o início deste ano, o chanceler Jorge Taiana insiste em pedir ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que o organismo convença o outro lado, isto é, a Grã-Bretanha, a debater a soberania das ilhas.

A ofensiva também possui um viés eleitoral, já que no ano que vem Kirchner – segundo seus assessores e analistas – disputaria a reeleição. Entre os argentinos, a reivindicação passional das ilhas costuma angariar grandes volumes de votos.

Kirchner está irritado com o anúncio feito pelo Secretário de Defesa britânico, Tom Watson, de que seu governo realizará em 2006 grandes celebrações pelo vigésimo quinto aniversário da vitória inglesa na Guerra das Malvinas.

Além disso, o governo está "preocupado" pela ampliação dos prazos das permissões que a Grã-Bretanha concedeu a grupos empresariais internacionais para a pesca e exploração de petróleo na área marítima das Malvinas.

Em Port Stanley, capital das ilhas, os conselheiros do governo local analisam a procura, a médio prazo, da "plena independência". Essa possibilidade aterroriza o governo argentino, que prefere negociar diretamente com Londres, em vez de discutir com os kelpers, de posições profundamente anti-Argentina.

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