Desde que chegou ao poder, em maio de 2003, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, aprovou 249 decretos de necessidade e urgência e enviou apenas 176 projetos de lei ao Congresso. A informação, recolhida pelo Centro de Estudos para Políticas Públicas Aplicadas (Ceppa) e divulgada segunda-feira pelo jornal "La Nación", reflete um dos aspectos do governo Kirchner mais questionados pela oposição: a concentração de poder no Executivo.
Kirchner superou até mesmo o recorde de um de seus mais acérrimos inimigos, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), que em seu segundo mandato assinou 144 decretos. O atual governo conta, ainda, com os polêmicos superpoderes - concedidos pelo Legislativo durante a crise econômica de 2001 - que permitem ao Executivo alterar o Orçamento por decreto. A pedido do governo Kirchner, a vigência dos superpoderes vem sendo renovada anualmente pelo Congresso.