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Buenos Aires – O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, disse respeitar a decisão da Bolívia de nacionalizar o petróleo e o gás, mas afirmou que não fará o mesmo em seu país, segundo declarações publicadas ontem pelo jornal Clarin. "Penso que a Bolívia tomou uma decisão soberana", disse Kirchner ao se referir à decisão tomada por seu colega boliviano Evo Morales em 1.º de maio.

O presidente argentino afirmou que não pretendia nacionalizar a YPF, a companhia argentina adquirida pela espanhola Repsol na maior operação da onda de privatizações da década passada em seu país. "Eu teria gostado que a YPF permanecesse uma empresa do Estado", admitiu Kirchner, acrescentando, porém, que não cogitou a possibilidade de renacionalizá-la.

"O que têm a fazer todas as companhias petrolíferas que estão na Argentina é aumentar as reservas, investir e satisfazer as necessidades energéticas", pediu.

Kirchner frisou que "de acordo com a lei dos hidrocarbonetos, podemos suspender a concessão das áreas não exploradas por essas empresas, e é isso que vamos fazer". "O presidente da Repsol-YPF, Antonio Brufau, prometeu que sua empresa elevará seus investimentos na Argentina. Não vamos nacionalizá-la. Temos muitos contratos pendentes", declarou.

Kirchner ressaltou que o governo boliviano de Morales "terá de se adequar à nova realidade para seguir fortalecendo os processos de integração". A Argentina importa 7,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Bolívia e se prepara para assinar em junho um novo acordo que eleva o preço de 3,18 a entre 5 e 5,50 dólares o milhão de BTU, informou o embaixador boliviano em Buenos Aires, Roger Ortiz Delgado.

O presidente argentino rejeitou a idéia de que a política de Morales tenha sido influenciada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Evo Morales é um presidente absolutamente independente. Na minha opinião, Chávez tem uma vocação muito integradora. Não o vejo interferindo nas relações entre os países", disse Kirchner. O presidente argentino também negou que os Estados Unidos tenham pedido a seu país e ao Brasil que tentassem limitar a influência de Chávez na região.

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