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Diplomacia

Kirchner será mediador da crise entre Colômbia e Venezuela

Caminhão carregado  com gasolina cruza a fronteira entre Venezuela e Colômbia, em Zulia: conflito prejudica comércio na região | Isaac Urrutia/Reuters
Caminhão carregado com gasolina cruza a fronteira entre Venezuela e Colômbia, em Zulia: conflito prejudica comércio na região (Foto: Isaac Urrutia/Reuters)

O ex-presidente da Argentina e secretário-geral da União de Na­­ções Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner, vai se reunir se­­paradamente com os mandatários de Colômbia e Venezuela pa­­ra tentar acalmar os ânimos da crise bilateral.

Os encontros com o venezuelano Hugo Chávez, em 5 de agosto, e com o colombiano Álvaro Uribe, no dia seguinte, foram confirmados pela Télam, a agência de notícias estatal argentina.

O marido da presidente argentina, Cristina Kirchner, também se reunirá com Juan Manuel San­­tos, após sua cerimônia de posse co­­mo presidente da Colômbia no dia 7.

A movimentação de Kirchner faz parte da pressão capitaneada pelo Brasil e pelo Equador, presidente rotativo da Unasul, para que a instância tenha papel ativo no conflito entre Bogotá e Cara­­cas.

O Brasil teme que, no âmbito da Organização dos Estados Ame­­ricanos (OEA), os EUA desequilibrem a discussão a favor de Bo­­gotá. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que telefonou para Chávez na quinta-feira, irá tratar do tema na visita trimestral à Ve­­nezuela no dia 6.

A Colômbia tem insistido que sempre esteve disposta a mediações na questão, mas que elas re­­sultaram ineficazes, e que é por isso que o país resolveu recorrer à OEA mais uma vez.

Ontem, o ministro da Defesa da Venezuela, general Carlos Ma­­ta, anunciou na tevê que as forças militares estão "operacionalmente preparadas’’ para defender o país de um eventual ataque de Bogotá. Mas as informações da­­vam conta de que a situação nas fronteiras era normal.

Guerrilheiros

O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, reconheceu que há guerrilheiros colombianos no país, mas negou apoio aos rebeldes e afirmou que as Forças Armadas venezuelanas não apenas combatem a guerrilha, como já entregaram membros capturados à Colômbia. "Tivemos soldados de nossa guarda caídos em combate [contra os guerrilheiros]", afirmou.

O embaixador explicou ainda o motivo de não querer, como pe­­de a Colômbia, que organismos internacionais verifiquem as provas e chequem nos locais apontados se há efetivamente guerrilheiros. Ele afirmou que já houve duas iniciativas semelhantes no passado: em uma não encontraram na­­da e na outra não completaram a busca porque o acampamento estava em território colombiano.

A Colômbia disse ontem que a decisão da Venezuela de romper relações diplomáticas não terá nenhum impacto adicional sobre a economia, e que os comerciantes da zona de fronteira terão di­­reito a um programa de ajuda. O comércio entre os dois países despencou de cerca de US$ 6,1 bi­­lhões de dólares em 2008 para 4 bilhões em 2009 por causa de restrições impostas pela Venezuela.

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