Militantes kirchneristas preparam uma manifestação para receber Cristina Kirchner nesta segunda-feira (11) em Buenos Aires. A ex-presidente viaja para a capital para prestar um depoimento na Justiça na quarta (13).
Ela foi convocada para dar esclarecimentos sobre operações de venda de dólares no mercado futuro realizadas no fim do ano passado, durante seu governo.
A Justiça investiga se houve má gestão de recursos pelo Banco Central, que comercializou a moeda a um preço inferior ao de mercado. As operações financeiras poderão causar um prejuízo de cerca de 29 bilhões de pesos (R$ 7,2 bilhões) aos cofres públicos.
Os atos de apoio a Cristina Kirchner (também haverá um na quarta, 13) ganharam força neste fim de semana após o Ministério Público Federal denunciar a ex-presidente por suspeita de lavagem de dinheiro.
O caso está em segredo de Justiça, mas, segundo o jornal “Clarín”, o depoimento de um financista aponta que o empreiteiro Lázaro Báez, preso na semana passada sob suspeita de lavagem de dinheiro, era sócio da família Kirchner.
Báez é dono de uma construtora que venceu dezenas de licitações públicas durante o kirchnerismo (2003-2015). A imprensa local afirma que ele atua como laranja de Cristina.
DEFESA
Políticos ligados a ex-dirigente saíram neste domingo (11) para defendê-la. Martín Sabbatella, que até o ano passado presidia um dos órgãos responsáveis por aplicar a Lei de Mídia, disse ao diário “El Tribuno de Salta” que coloca “as mãos e o corpo inteiro” no fogo pela ex-mandatária.
Afirmou também acreditar que Cristina é “vítima de uma campanha para desprestigiar sua liderança e nosso projeto político”.
O deputado da província de Buenos Aires Chino Navarro, da mesma coligação de Cristina, escreveu em sua conta no Twitter que a tentativa de processar a ex-presidente tem objetivos políticos, “como aconteceu no Brasil com Dilma e Lula e tentaram fazer na Bolívia com Evo Morales.”
Navarro acrescentou que o caso de Cristina está sendo evidenciado para que se esconda o de Mauricio Macri. O atual presidente será investigado pela Justiça por causa de sua participação como diretor de uma empresa no paraíso fiscal de Bahamas.
Cristina Kirchner está na província de Santa Cruz, no sul da Argentina, desde dezembro, quando deixou a Presidência. Lá, passa seu tempo entre as cidades de Río Gallegos, berço do kirchnerismo, e El Calafate, onde tem hotéis.
Nos últimos quatro meses, foi vista poucas vezes em público. Em duas ocasiões em que saiu, tirou foto com pessoas que aguardavam diante de sua casa e gravou um vídeo, feito por um militante, em que dizia esperar que os sindicatos defendessem os postos de trabalho.
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