O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, pediu neste sábado que os esforços internacionais para a resolução do conflito no país não se restrinjam à Rússia dada a influência que outros países também exercem na questão, como o Irã.
"O Irã é um ator e deveria fazer parte da solução. Tem influência e não podemos ignorá-la", reconheceu Annan em entrevista concedida ao jornal francês "Le Monde". Em sua opinião, concentrar-se exclusivamente na postura de Moscou "irrita muito os russos".
Arquiteto do plano de paz mais ambicioso para o conflito político-civil na Síria, Annan enfatiza a necessidade de se dar mais atenção a "outros países que enviam dinheiro, armas e que têm peso sobre a situação" no país.
O ex-secretário-geral da ONU expressou preocupação sobre a gravidade do conflito síria e sobre os impactos da crise aos países vizinhos.
Ele exaltou a importância dos esforços da comunidade internacional para pôr fim ao conflito de maneira pacífica e política, mas admitiu fracasso temporário de seu plano de interromper a violência e obter entendimentos políticos entre as partes envolvidas na crise.
Para Annan, a maneira como a chamada "Responsabilidade de Proteger" a população foi usada no caso da Líbia criou um "problema de conceito" para os russos e chineses ao abordar a situação na Síria.
"Os russos e os chineses se sentem frustrados: tinham adotado uma resolução na ONU que se transformou em processo de mudança de regime, o que, de seu ponto de vista, não era a intenção inicial", assinalou o enviado especial, referindo-se à resolução da ONU que aprovou o uso da força na Líbia para a proteção de civis, mas que, na prática, contribuiu para a queda do então ditador Muammar Kadafi.
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